Vila Verde: Entrevista de António Vilela ao jornal Terras do Homem


O Presidente da Câmara de Vila Verde, António Vilela recandidata-se ao cargo pelo PSD nas próximas eleições autárquicas. Está confiante na avaliação positiva do trabalho no município e na qualidade dos candidatos que o acompanham e do programa que propõe para o próximo mandato. A dinamização económica do concelho e a criação de emprego são as grandes prioridades e, para isso, avança com algumas propostas concretas. A ação social e o apoio às famílias, a conclusão dos investimentos na educação e concretização da rede de saneamento são outros dos compromissos de António Vilela para um concelho que quer promover sempre pela positiva.



Terras do Homem: Após quatro anos como presidente e 12 anos como vice-presidente, qual é a grande motivação para liderar os destinos da Câmara Municipal?

António Vilela: A motivação é a mesma de sempre: servir o meu concelho e todos os vilaverdenses, sem exceção, com o maior empenho e dedicação, tendo em vista a melhoria das condições de vida e o bem-estar de cada um. Nasci neste concelho e aqui sempre vivi, por isso, ninguém gosta mais desta linda terra do que eu e ninguém deseja mais do que eu que o concelho cresça, progrida e siga no rumo do desenvolvimento que, há cerca de 16 anos, me orgulho de ajudar a construir, com muito trabalho, com grande sentido de responsabilidade e de serviço público.

Os tempos que temos pela frente não são fáceis, os desafios são imensos, mas, com o conhecimento, a experiência e a visão de futuro que a minha equipa, garantidamente, possui, vamos também deparar com oportunidades que queremos agarrar e aproveitar para o bem do nosso concelho e de todas as pessoas que servimos com a maior honra e com todo o gosto.



TH: Caso venha a ser novamente eleito presidente do município, quais são as grandes prioridades para os próximos quatro anos? Em que áreas concentrará, agora, esforços?

AV: Emprego e crescimento económico são as grandes prioridades do nosso programa, para garantir o melhor desenvolvimento do concelho e ir ao encontro das expectativas da nossa população, e sobretudo dos jovens. A resposta concreta a estes grandes desafios estará na criação de condições para a instalação de indústrias em diferentes zonas do território concelhio e a aposta em incentivos, como isenções e reduções fiscais, que tornem o território mais atrativo para os empresários.

A intervenção na área social, através do apoio às famílias, será também reforçada, através da aplicação de tarifários baixos de água e saneamento, isentando as famílias carenciadas e os jovens de taxas de construção e apoiando-os na construção das suas próprias habitações. Vamos intensificar a ação social escolar com avultados investimentos nos transportes, nas refeições e no apoio em materiais escolares, de modo a que, a par das excelentes condições existentes nos modernos centros escolares que contemplam já praticamente todo o concelho, todos possam ter as mesmas oportunidades em termos de prosseguimento de estudos.



TH: Pode concretizar, com algumas medidas específicas que pretenda tomar no próximo mandato?

AV: O nosso programa é vasto e ambicioso. É difícil elencar aqui todas as medidas concretas que nos propomos adotar. Além das medidas que já referi, nomeadamente a aposta na criação de emprego, o trabalho e as áreas de intervenção das lojas sociais vão ser alargados, com uma atuação cirúrgica, muito humana e sempre discreta, para que nenhum Vilaverdense que atravesse um momento menos favorável da sua vida se sinta desprotegido.

Com a ETAR de Cabanelas e a rede de intercetores praticamente concluída, o saneamento será uma prioridade. Vamos agora fazer chegar o saneamento à maioria das casas dos vilaverdenses.

Na área da saúde, a aposta vai centrar-se na requalificação das extensões de saúde de Pico de Regalados, Portela do Vade e Cervães, no alargamento da rede de cuidados continuados e na implementação de um programa de vacinação que complemente o Programa Nacional de Vacinação, especialmente a vacina contra o Pneumococo.

A economia rural será valorizada com incentivos e apoios diretos que vão ajudar a dinamizar as feiras, assim como com a construção e requalificação de mais caminhos rurais e florestais.

A Casa do Conhecimento e a Loja Interativa vão estimular o turismo, atrair mais visitantes e dinamizar a economia do concelho. Temos paisagens únicas e lindas zonas ribeirinhas que vamos requalificar para melhorar as condições oferecidas aos Vilaverdenses e a quem nos visita. Igualmente prioritária e estruturante para o concelho será a construção da Variante a Vila Verde e ao Parque Industrial de Oleiros e das ecovias e ciclovias Cávado e Homem.



Piscina ao ar livre e centro de alto rendimento desportivo



TH: Como avalia os últimos quatro anos de gestão autárquica em Vila Verde, designadamente no que toca ao compromisso de desenvolver, modernizar e garantir mais qualidade de vida ao concelho?

AV: Apesar dos cortes sucessivos que os municípios sofreram, equilibrámos as contas do Município e ainda realizámos obras de grande importância para o desenvolvimento e para a modernização do concelho. Investimos fortemente na educação e no apoio social. A rede de centros escolares prevista na Carta Educativa está praticamente concluída. Com o objetivo de promover o desenvolvimento integral e equilibrado do território concelhio, através de um frutuoso trabalho de parceria com as juntas de freguesia, com as várias instituições e associações, requalificámos os adros e outros espaços cívicos, melhorámos os equipamentos desportivos e continuámos a investir na melhoria da rede viária. A promoção da cultura e das ricas tradições concelhias consubstanciou-se na realização de grandes iniciativas, como a Bienal Internacional de Arte Jovem, Na Rota das Colheitas, o Mês do Romance e o Namorar Portugal, e Sá de Miranda por Terras de Vila Verde-Feira Quinhentista. Esta projeção de uma imagem positiva do Município de Vila Verde adquiriu também uma grande dimensão com a realização do Campeonato da Europa de Maratona em Canoagem, na Vila de Prado, que veio cimentar a nossa determinação em avançar para a criação de um Centro de Alto Rendimento Desportivo.



TH: Que projetos estão atualmente em andamento e não queria ver interrompidos?

AV: Quero concluir toda a rede escolar, construindo os centros escolares de Soutelo, Lage e Cervães, cujo financiamento está já garantido. Quero terminar a construção da Casa do Conhecimento e da Loja Interativa de Turismo, assim como a instalação dos intercetores de saneamento básico, para depois instalar as ligações que o vão levar às casas da maioria dos vilaverdenses. Um outro projeto estratégico que terá continuidade será a requalificação das margens ribeirinhas. E vamos também construir uma piscina de ar livre em Vila Verde.



TH: Tendo contactado de perto, nos últimos anos, com a realidade das famílias vilaverdenses, quais as maiores preocupações do município, na vertente social, para os próximos quatro anos?

AV: O desemprego é o maior problema social em Portugal, na Europa e no mundo. Por isso, a aposta no crescimento económico e na criação de emprego é a maior das nossas preocupações. Tornar o município atrativo para os investidores, criar novas zonas de desenvolvimento industrial e dinamizar as atividades económicas locais serão medidas de vital importância. A ação social do município e o trabalho de cooperação com as instituições sociais serão reforçados e tudo faremos para que o município seja uma importante almofada social para todos.



Município não tem dívidas a fornecedores com mais de 90 dias



TH: Nos meandros políticos, uma das vertentes que mais discussão suscita é a saúde financeira do município. Como estão as contas do município neste momento?

AV: A saúde financeira do Município está boa e recomenda-se. Através de uma gestão equilibrada que conciliou a contenção de despesas com a realização de investimentos prioritários, conseguimos equilibrar as contas do Município e posso até garantir que o Município não tem dívidas a fornecedores com mais de 90 dias. Isto significa que preparámos o Município para o futuro e que garantimos maior capacidade de investimento para o próximo mandato.



Recolha de lixo reforçada e mais barata



TH: A par do saneamento e do abastecimento de água, a recolha do lixo é uma área que suscita grandes preocupações junto da população. A oposição fala que pretende privatizar um serviço público, o que acarretaria riscos e mais custos.

AV: A nossa maior preocupação é melhorar a qualidade do serviço de recolha de lixo. A solução que encontrámos foi garantir um melhor serviço às populações, com mais baixo custo. Isto permite-nos garantir que não vão ser aumentadas as taxas, vão ser alargados os circuitos de recolha e ainda vão ser instalados contentores de lixo doméstico subterrâneos que permitem que as pessoas, em qualquer dia e a qualquer hora, depositem o seu lixo de forma segura para o ambiente e para a saúde pública.



Equipas com pessoas sérias, dedicadas e competentes



TH: Que princípios nortearam a elaboração das listas à Câmara e Assembleia Municipal?

AV: Para os órgãos municipais e também para as Juntas de Freguesia, escolhemos os candidatos pelas suas qualidades. Temos equipas com pessoas sérias, dedicadas e competentes. Estou, por isso, convencido de que a grande maioria dos vilaverdenses se vai identificar com estas pessoas e com os projetos de desenvolvimento que elas têm para as suas terras.



TH: A agregação das freguesias e a limitação de mandatos criou certamente novas dificuldades na constituição das listas às assembleias de freguesia. Qual é a expectativa do PSD para estas eleições nas agora 33 juntas?

AV: Como já disse, temos connosco pessoas e equipas com grandes qualidades. Temos, assim, as melhores expectativas e a certeza de que vamos merecer o apoio dos vilaverdenses e continuar a governar a grande maioria das freguesias do concelho.



TH: Qual o maior trunfo que considera ter para vencer estas eleições?

AV: Sublinho mais uma vez que temos os melhores projetos, equipas muito qualificadas e um conhecimento profundo da realidade do concelho, o que nos dá as maiores garantias de que somos a aposta certa para Vila Verde continuar no rumo do crescimento e do desenvolvimento.



TH: Qual o ponto forte de um concelho como o de Vila Verde?

AV: A maior riqueza deste concelho são as pessoas. Os vilaverdenses já deram provas de grande capacidade de trabalho e de amor à sua terra e por isso vamos continuar a valorizar e a apostar nas nossas pessoas e a promover uma imagem sempre positiva do concelho.



TH: E qual é o ponto mais fraco do concelho?

AV: Como digo, o concelho de Vila Verde tem grandes potencialidades naturais e humanas. Procuramos sempre falar da nossa terra pela positiva e por isso vamos fazer tudo para continuar a valorizá-la e promover os projetos necessários para que continue no rumo certo.



Perfil



Com 53 anos de idade, casado e com duas filhas, António Vilela é presidente de Câmara da Câmara desde junho de 2009, depois de 12 anos como vice-presidente. Antes disso, esteve ligado à vida autárquica e associativa em Pico de Regalados. Foi também professor e diretor da Escola Secundária de Vila Verde. Em termos de habilitações literárias, é licenciado em Geografia, pela Universidade do Porto. Concluiu o mestrado em Administração Pública pela Universidade do Minho e pós-graduações em Administração Escolar e Contratação Pública.

No que toca à vida fora da atividade política e camarária, António Vilela confessa que deixou de fazer algumas coisas de que gostava, como por exemplo a caça e outros desportos. Faz, no entanto, alguma atividade agrícola sempre que pode.  Com grande parte do tempo dedicado ao “serviço público pelo concelho”, reconhece que escasseia o tempo para a leitura, em que dá preferência a biografias de pessoas célebres. Garante que não tem nenhum local para férias de sonho e, normalmente, passa férias em Portugal. À mesa, prefere gastronomia regional, como o Pica no chão acompanhado de vinho verde.


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