Moure: Solidariedade mobilizou militares (Via Correio do Minho)


Sensibilizados com o caso de Sara, aluna do Agrupamento de Escolas de Moure, concelho de Vila Verde, os militares do Regimento de Cavalaria N.º 6 (RC6) associaram-se ao desafio de angariar e transportar ‘tampinhas’ suficientes para lhe comprar uma cadeira de rodas nova, mais funcional e melhor adaptada à sua idade e necessidades.

Ontem, quatro militares procederam à recolha e transporte das ‘tampinhas’ até ao Eco-parque Braval, numa missão prestigiada com a presença do comandante do RC6, o coronel de cavalaria Jocelino Rodrigues.

Partiu dos grupos de Educação Especial e Educação Física do Agrupamento de Escolas de Moure a iniciativa de desenvolverem uma campanha de sensibilização para a recolha de tampinhas e latas de refrigerantes para a aquisição de uma nova cadeira para a Sara. O Agrupamento solicitou a colaboração do RC6 para transportar as caricas, mas os militares foram mais longe e também eles juntaram ‘tampinhas’ a favor desta causa. “Ficamos muito sensibilizados com o caso da Sara”, realçou o coronel de cavalaria Jocelino Rodrigues.

No terreno, a operação de ontem foi coordenada pela furriel Anabela Pinto. “Fizemos a recolha de tampinhas no RC 6, na Escola e na Junta de Moure e também num armazém da Câmara Municipal de Vila Verde”, contou, realçando que no total foram feitas três viagens até à Braval. Para transportar as ‘tampinhas’ foram utilizadas duas viaturas militares —um veículo de transporte pesado DAF e um veículo de transporte médio Iveco.

Se as tampas angariadas não forem suficientes para comprar a cadeira pretendida, o RC6 está disponível para realizar outras acções de angariações de fundos, como por exemplo uma corrida de São Silvestre, em que a inscrição simbólica de um euro poderá reverter para a causa. Antes, é preciso saber quanto valem as tampas recolhidas.

Braval apoia esta causa “excepcionalmente”

Os militares do RC6 entregaram as ‘tampinhas’ recolhidas à Braval que agora assume o papel de intermediária neste processo ao entregar o material à Sociedade Ponto Verde. Pedro Machado, director geral executivo da empresa multimunicipal, realçou que a associação a esta campanha é uma excepção. “Todos ficamos sensibilizados com estas causas, mas não é missão da Braval fazer isto. É um caso pontual que resolvemos apoiar, desde logo pela causa em si e pelas entidades idóneas que estão envolvidas”, referiu.

Pedro Machado denunciou que tem havido “abusos” por parte de algumas pessoas relacionados com estas campanhas das ‘tampinhas’: “há projectos que sabemos que são meramente fachada”. Antes de apoiar qualquer projecto, a Braval analisa profundamente o caso e só se associa pontualmente aos casos sérios, como este da Sara, por exemplo.

Sensibilizar para reciclar 25 mil toneladas de lixo

Em 1999, ano em que iniciou a recolha selectiva de resíduos, a Braval recolheu mil toneladas. Durante o ano passado foram recolhidas quase 15 mil. O objectivo é chegar às 25 mil toneladas em 2016, para cumprir a directiva comunitária.
Pedro Machado deixa claro que a Braval está cada vez mais empenhada em massificar a recolha selectiva, em fazer com que as pessoas separem em casa o lixo para reciclagem.
“Já fizemos muito, mas sabemos que temos de fazer ainda muito mais”, assume o director geral executivo da Braval, realçando que a questão da educação ambiental “é fundamental” e “já está a dar frutos, muitos frutos”.

Recorda que existe uma directiva comunitária que obriga a que 25% dos resíduos produzidos sejam encaminhados para recolha selectiva, estatística da qual ainda estamos distantes. “Andamos nos 17 a 18%”, revelou Pedro Machado, ontem, à margem da entrega das “tampinhas” pelos militares do Regimento de Cavalaria N.º6.
Na actividade de recolha selectiva, e durante o ano de 2010, a Braval recolheu 14.892 toneladas de resíduos recicláveis: 6.320 toneladas de vidro; 7.137 toneladas de papel/cartão; e 1.434 toneladas de embalagens.

Esta quantidade total de resíduos aumentou 6,24% relativamente a 2009, batendo, mais uma vez, o recorde desde o início da recolha selectiva.
Sensibilização
A sensibilização continua a ser a arma mais eficaz para levar as pessoas a fazer reciclagem. Em 2010, o eco-parque Braval foi visitado por 2.840 pessoas, distribuídas por 93 visitas, numa média de 31 pessoas por visita.

Nestas visitas, para além de uma explicação detalhada sobre a empresa, os participantes têm a oportunidade de ver o funcionamento da estação de triagem, bem como o aterro sanitário e a Estação de tratamento de Águas Lixiviadas, o Eco-centro e a Unidade de Valorização de Biogás e Biodisel.
Relativamente a palestras, outra forma de sensibilização, cerca de 650 pessoas assistiram a oito acções realizadas. As palestras envolveram diversas instituições de ensino, entre as quais a Universidade do Minho e a Escola Secundária Carlos Amarante.

No ‘Relatório e Contas 2010’ da Braval destaca-se o facto de serem os alunos do pré-escolar aqueles que mais visitas fizeram ao eco-parque (605 alunos).
A aposta na sensibilização é para manter, garante Pedro Machado.
No que diz respeito à recolha selectiva, a Braval tinha no final do ano passado uma rede com 3394 contentores, sendo que desses 1377 são subterrâneos. Só no concelho de Braga existem 1980 contentores, 1197 subterrâneos e 783 de superfície.

Fonte Correio do Minho por Marlene Cerqueira

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