Moure


População: 1593 habitantes (pelos Censos 2001)

Actividades Económicas: Agricultura, pecuária, transformação de madeira e pequena confecção.

Festas e Romarias: Festa de São Bento e S. André (2º domingo de Agosto), S. Martinho de Moure (11 de Novembro) e Nossa Senhora da Conceição (8 de Dezembro).

Orago: São Martinho

Património cultural e edificado: Igreja matriz, Palácio de Gondomil, pelourinho, Capela do Livramento, Quinta de Santoínho e fachada da antiga câmara.

Outros locais de interesse turístico: : Eucalipto de Moure, Carranca de Moure e vestígios de citânia no Monte do Castelo.

Gastronomia: Bacalhau à eucalipto.

Artesanato: Tecelagem de linho, cestaria em vime e mantas de farrapos.

Colectividades: Associação Juvenil de Moure, Rancho Folclórico de Moure, Grupo Coral Infantil e Grupo Coral.

Dista 6 Km da sede do concelho e constitui uma das freguesias mais características do concelho.
Foi primitivamente um couto de D. Henrique e sua mulher D. Teresa. Deram-no ao Arcebispo de Braga, S. Geraldo. Era o Couto de Moure ou de Moure e Olivão. Os seus moradores estavam obrigados a cavar as vinhas que os prelados tinham em Braga. Em contrapartida, ficavam isentos da jurisdição real, pelo que só iriam à guerra quando fosse o Arcebispo. Como o Arcebispo D. Diogo de Sousa mandasse arrancar as vinhas, os moradores de Moure deixaram de estar sujeitos àquela obrigação, sendo-lhes, porém, imposto, em sua substituição, o foro anual de quatro almudes de vinho por cada fogo. Em consequência do desenvolvimento que a freguesia gradualmente tomou, essa contribuição chegou a atingir, nalguns casos, cinquenta pipas.
Após a extinção do couto a freguesia passou a pertencer ao concelho de Penela.
Em Moure existiu um convento fundado, segundo a tradição, por S. Martinho de Dume (séc. VI). Dedicado a Santo Antão, foi conhecido por de Santo Antonino ou, ainda em linguagem mais popular, por de Santo Antoínho. Destruído pelos mouros em 716, por ocasião da devastadora arrancada de Abdalazis sobre a Galiza, foi reedificado três séculos depois, isto é, após a reconquista cristã, para no século XV o Arcebispo de Braga, D. Fernando da Guerra, o secularizar e, assim, se ir extinguindo para sempre.
A igreja matriz de Moure conserva uma estátua muito antiga, em madeira, representando Santo Antão, procedente do antigo Mosteiro de Santo António, e uma custódia joanina (1746) em prata, oferecida pelo capitão-mor Diogo de Araújo da Silva Machado, conforme uma inscrição gravada na base.
O Pelourinho de Moure está na Casa de Gondomil. Pelourinho do séc. XVI (do tempo do Arcebispo Primaz D. Agostinho de Castro.
O gigantesco eucalipto de Moure, cuja data de plantação é desconhecida. Para o abraçar seriam precisos vários homens. A veneração popular por ele é tão grande que as populações o dizem classificado como monumento nacional.
A Carranca de Moure está localizada na povoação de Carranca. Trata-se de uma pedra talhada com aspecto de cabeça humana (de bigode frisado, à boa maneira aldeã minhota), talvez objecto de culto ancestral, mas aperfeiçoado em época relativamente recente e erguida sobre um enorme rochedo. A sua importância tradicional é grande para as populações locais, pois a Pedra da Carranca deu o nome ao lugar onde se encontra.
Da antiga Casa da Câmara de Moure resta apenas o portal armoriado do muro da antiga casa que pertenceu ao desaparecido Couto de Moure.
A Casa de Gondomil, que deu notáveis figuras nas letras, nas artes e na política, (propriedade da família Vasco Avelar) é um belo solar (com planta em “L” característica da residência barroca do Minho) de linhas sóbrias com portal brasonado, capela interessante, pátio e jardins. A entrada nobre é constituída por arco simples, rectangular, ornamentado na parte superior por uma pirâmide em pedra de dois merlões de cada lado, tendo ao centro a pedra de armas, já do século XIX. A escadaria, de um só lanço, desenvolve-se sobre um patamar formado por cinco degraus. As volutas no arranque dos corrimões dão o toque de movimento e dinamismo à fachada, onde o desenho da porta e das janelas é simples e linear.
Na capela, do século XVIII, sóbria e elegante, existe um belo retábulo de talha barroca e algumas imagens de valor. No amplo jardim nascem duas fontes: uma do lado exterior da entrada nobre, de bom estilo barroco; a outra encostada ao muro que protege a entrada da rua para a fachada principal, e onde se encontra o portão brasonado com as armas dos Sousas, dos Almeidas e dos Pereiras.

Bibliografia

Dicionário Enciclopédico das Freguesias 1º Volume (Braga-Porto-Viana do Castelo) –MinhaTerra (Estudos Regionais de Produção e Consumo, Lda)