“Garantimos a tradição portuguesa”. Esta é a nova imagem da Adere-Minho, em Soutelo, Vila Verde, que ontem, recebeu o Certificado de organismo acreditado para a certificação de produtos artesanais das mãos do presidente do Instituto Português da Acreditação.
“Estamos a fazer história e vamos ter produtos qualificados, mais ricos e mais autênticos”, assegurou o presidente da instituição, Abílio Vilaça, confessando que foi “um caminho palmilhado ao longo de muitos anos, mais de uma década, com o objectivo de trazer para a região mais qualificação para o artesanato, mais competências para os artesãos, reconhecimento do mérito e colocação dos produtos de artesanato no quadro de honra da certificação nacional”.
Sendo a única instituição com produtos certificados do Minho (lenços dos namorados do Minho, figurado e olaria de Barcelos, bordado Guimarães e bordado de Viana do Castelo), Abílio Vilaça lembrou que foi “um caminho correcto, mas muito difícil, que exigiu bastante trabalho no respeito absoluto pela memória colectiva”. E o presidente foi mais longe: “a Adere-Minho abraçou, de forma cuidada, este projecto em parceria com as câmaras municipais que aceitaram o desafio”. Seguem-se agora os processo de certificação do tapete de arraiolos de Portugal, da renda de bilros de Vila do Conde, do traje vianense, da viola braguesa, do cavaquinho e da junça junça da Beselga (Penedono). “A partir desta realidade queremos continuar a certificar os produtos de artesanato nacionais e este reconhecimento vai acelerar um conjunto de serviços que a Adere-Minho está a aguardar”.
De destacar que das 750 entidades certificadoras do país, a Adere-Minho é a única que certifica o artesanato. A par disto, a legislação nacional para a certificação está para ser publicada. “Se isso acontecer tão breve quanto se deseja vai dar outro impulso, porque vamos passar a fazer o registo dos produtos através de um processo próprio, o que vai dar uma protecção à cultura”, defendeu ainda Abílio Vilaça.
Falta agora, nas palavras do presidente, “adequar a oferta formativa e sensibilizar o Instituto de Emprego e Formação Profissional para aumentar a oferta de formação onde há produtos certificados de forma a permitir consolidar este trabalho”.
O novo embaixador de certificação, o presidente da Junta de Freguesia de Soutelo, Filipe Silva, recebeu das mãos da directora da Adere-Minho, Teresa Costa, um lenço dos namoradores, um exemplar de 1886, pertencente ao casal da terra, Rosa e José. “Esta é mais uma forma de valorização e a certificação é a única forma de defender o artesanato”, vincou Filipe Silva.
Fonte Correio do Minho por Patrícia Sousa

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