População: 1986 habitantes (pelos Censos 2001)
Actividades Económicas: Indústria têxtil, transformação de madeira, agricultura, pecuária e pequeno comércio.
Festas e Romarias: Romaria do Alívio (2.º e 3.º domingo de Setembro), Senhora das Dores (Outubro) e Senhor dos Passos (Páscoa e em Agosto).
Orago: São Miguel
Património cultural e edificado: Santuário do Alívio, igreja paroquial, Cruzeiro dos Evangelistas, pelourinho e Casa da Torre.
Outros locais de interesse turístico: Quinta da Pérgola, Casa de Turismo Rural e praias fluviais.
Artesanato: Instrumentos musicais e réplicas de monumentos em madeira e olaria
Colectividades: Associação Cultural e Desportiva “Os Celtas”, Associação Cultural e Recreativa de Soutelo, Clube Desportivo de Soutelo e Grupo Coral.
Dista cerca de 3 Km da sede do concelho.
Esta freguesia, já anteriormente ao século XII nos aparece canonicamente erecta sob a invocação de S. Miguel. No entanto, o que a tornou mais conhecida foi o facto de ter sido a sede de um concelho constituído não só pela própria freguesia mas ainda pelas de Santa Maria de Turiz e S. Julião da Laje, esta só em parte. Era o concelho de Larim, designação que lhe veio do lugar principal da sua sede, certamente o mais antigo historicamente, pois já se encontra citado, embora com o nome de Lalim, no testamento que em 959 a condessa Mumadona fez em favor do Mosteiro de Guimarães, por ela fundado.
Com efeito, entre as “villas” doadas, figura a de Lalim. Foi até com esta designação que D. Manuel I lhe passou foral em 6 de Outubro de 1514.
Conheceu este concelho diversos donatários, parecendo ter sido um dos mais antigos Pedro Soares de Belmir, genro de D. Paio Guterres da Silva, que do século XI para o século XII exerceu, por encargo de D. Afonso VI de Leão, as funções de maiorino portucalense. Em 1372 encontrava-se em poder de Afonso Rodrigues de Magalhães. Mais tarde foi da Casa de Bragança.
O concelho de Larim nem sempre gozou de autonomia administrativa: em 24 de Outubro de 1855 encontrava-se unido ao de Vila Chã, formando o concelho de Vila Chã e Larim, com sede em S. Paio de Vila Verde.
O Santuário da Senhora do Alívio é um grande templo do século XIX, lugar de romaria bastante concorrida. O primeiro santuário datava do século XVIII e fora iniciativa do abade Francisco Xavier Leite Frágoas.
A capela do Senhor dos Passos é simples e modesta. No interior encontra-se o altar- -mor, com nicho alojando a imagem do senhor dos Passos – talha do século XVII, pondo em foco os símbolos da Paixão de Cristo.
Em frente fica um belo cruzeiro setecentista rodeado pelas quatro estátuas dos Evangelistas assentes em grandes pedestais.
A Igreja de Soutelo é de vastas proporções, reedificada na segunda metade do século XVIII, em moldes acentuadamente barrocos. A planta é alongada, ficando a torre sineira no topo da capela-mor. A fachada principal é sóbria mas elegante, na fachada lateral abrem-se várias janelas que iluminam a nave e a capela-mor e dois belos pórticos encimados por nichos, um deles com um S. Miguel cheio de movimento.
A residência paroquial, muito interessante, está ligada por um arco à capela-mor. Dá mais unidade a este conjunto um murozinho baixo onde se apoia uma série de grandes imagens de granito da época. Também aqui as obras foram promovidas pelo abade de Soutelo, Francisco Leite Frágoas.
A Casa da Torre é um exemplar do tipo tradicional da casa-torre, surgida nos finais da Idade Média e que encontra eco nalgumas casas solarengas setecentistas e oitocentistas, sobretudo na região minhota.
Data de meados do século XVIII, apresenta uma fachada com características setecentistas, embora as mansardas, em número de seis, que se encontram sobre a torre, sejam já do século XIX.
A torre é rectangular, rematada por pirâmides de granito nas esquinas e nos lados mais longos, ao centro por merlões, alguns dos quais foram substituídos pelas janelas das mansardas.
A entrada nobre é constituída por uma larga e nobre escadaria de bom desenho. A porta distingue-se das janelas de varanda que ocupam o andar e pelo brasão que a encima.
A capela, também setecentista, está adossada à casa, mas com a fachada voltada para a estrada nacional.
A casa foi legada à Companhia de Jesus pelos Viscondes da Torre, passando para propriedade da Ordem em 1950, data em que foi construído o novo edifício do Instituto Missionário, adossado à Casa da Torre.
O Pelourinho de Larim está na Casa da Torre e aparece designado nalguns locais por Pelourinho de Soutelo erradamente, pois se trata do pelourinho do extinto concelho de Larim.
Bibliografia
Dicionário Enciclopédico das Freguesias 1º Volume (Braga-Porto-Viana do Castelo) –MinhaTerra (Estudos Regionais de Produção e Consumo, Lda)
facebook
twitter
google+
fb share