Europa: Universidade do Minho estimula alunos à mobilidade internacional (via Correio do Minho)



Porventura consequência da crise económica, o número de alunos da Universidade do Minho (UMinho) inscritos no Programa Erasmus diminui nos últimos dois anos. Para inverter esta tendência, os Serviços de Rela-ções Internacionais (SRI) da UMinho promoveram ontem, no campus de Gualtar, uma sessão de esclarecimento sobre aquele programa de mobilidade internacional de estudantes.

Ângela, Sissi e Ana Rita, três ex-alunas Erasmus, destacaram, na sessão que contou com a participação de algumas dezenas de estudantes, as vantagens do Programa em termos de valorização académica e como ferramenta para uma melhor inserção profissional. 

Sissi Azevedo está actualmente a fazer doutoramento na área Educação. Já fez um período de estudos e um estágio académico ao abrigo do Erasmus, na Holanda. Projecta lá voltar, aproveitando nova bolsa deste programa comunitário que é aberto também a alunos do 3º ciclo de estudos superiores.
“Com o primeiro Erasmus, em 2005, aprendi mais num semestre na Holanda do que em toda a licenciatura aqui”, relatou ontem Sissi Azevedo, que aconselhou os alunos da UMinho a não verem o programa de mobilidade estudantil “como uma forma de viajar”, antes uma instrumento de valorização académica.

Ana Rita, aluna do curso de Direito, fez um período de estudos Erasmus na Lituânia, “uma realidade completamente diferente da Europa ocidental”, que a transformou “numa pessoa muito diferente”. A experiência académica naquele país báltico abriu-lhe novos horizontes, tendo sido já convidada por um professor lituano para escrever um livro. Se tiver oportunidade, Ana Rita volta a repetir a experiência Erasmus, desta feita na versão estágios (placements).

Na sessão de esclarecimento, que hoje se repete para os alunos do campus de Azurém, Adriana Lago de Carvalho, directora dos Serviços de Relações Internacionais da UMinho, destacou a intenção de “promover mais o Erasmus estágio junto de alunos de mestrado”.

Ângela Ferreira, recém licenciada em Ciências da Comunicação que fez um semestre Erasmus na Universidade Autónoma de Barcelona, aconselha também esta experiência de mobilidade internacional. “O Erasmus deu-me vantagem na selecção do estágio profissional que estou a fazer”, testemunhou a ex-aluna da UMinho.

Adriana Lago de Carvalho aconselha os alunos da UMinho a verem o Erasmus “como um investimento”, admitindo que a bolsa paga por este Programa financiado pela União Europeia “não é suficiente” para todas as despesas decorrentes de uma estadia de vários meses no estrangeiro.

Para a frequência de período de estudos Erasmus numa universidade alemã, a bolsa média é de 1 092 euros (quatro meses) ou 2 184 euros (oito meses). 
Se a opção do estudante for pela vizinha Espanha, o apoio oscilará entre os 1 124 euros (quatro meses) e os 2 248 euros (oito meses).

Questões financeiras limitam opções

As questões financeira e de alojamento são as que mais preocupam os potenciais candidatos a períodos de estudo ou estágio ao abrigo do Programa Erasmus. A bolsa paga aos estudantes seleccionados dá, essencialmente, para assegurar os custos com alojamento. No caso dos estudantes com bolsa de estudo da Acção Social, há a possibilidade de atribuição de um suplemento caso sejam seleccionados para o Programa Erasmus. 

O valor das bolsas varia consoante o país a que se destinam e o número de meses do intercâmbio. As bolsas Erasmus não são entendidas como bolsas de subsistência, mas sim de mobilidade, que pretendem compensar o aluno pelo diferencial do nível de vida do país para onde foi seleccionado. 

O período de inscrições para o Programa Erasmus decorre até ao dia 15 de Fevereiro nos Serviços de Relações Internacionais da UMinho. O ERASMUS é um programa de acção comunitária no domínio da aprendizagem ao longo da vida que oferece aos estudantes a possibilidade de períodos de estudos ou estágios numa outra universidade ou empresa europeias. Na modalidade de período de estudos há reconhecimento académico como parte integrante do programa de estudos da universidade de origem. 

Os alunos da UMinho podem também candidatar-se a períodos de estudos no estrangeiro no âmbito de protocolos assinados com universidades de países terceiros não elegíveis no Erasmus. Nestes casos não há direito a qualquer apoio financeiro.

Fonte Correio do Minho por José Paulo Silva

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