Imagem ilustrativa
Na freguesia da Lage, em Vila Verde, recriou-se hoje a tradição da matança da seba, por ser uma porca o animal morto, uma iniciativa que, apesar de não ser recomendada a pessoas mais sensíveis, reuniu dezenas de curiosos no Lugar da Goja. Esta actividade decorreu no âmbito da programação municipal de Vila Verde, Na Rota das Colheitas.
Uma porca com cerca de 200kg foi hoje sacrificada pelas 16H na freguesia da Lage, em Vila Verde. Tratou-se da muito aguardada Matança da Seba, divulgada como actividade inserida Na Rota das Colheitas.
O animal, que foi transportado numa carrinha até ao local onde foi morto, estava algo inquieto talvez antevendo o fim trágico. Entre os presentes, a maioria eram gentes da freguesia, mas havia muitos curiosos e turistas de câmara em punho, a maioria nunca tinham visto ao vivo esta prática. “Há mais fotógrafos do que gente!”, brincou uma das populares.
Entre os presentes estava Francisco Marques, o matador de serviço, ou antes o “magarefe”, como ele frisou, já com o fato-macaco vestido e pronto para entrar em acção. Francisco conta com muitos anos de experiência a matar estes animais e é habitualmente chamado: “18 anos na Ribeirense e mais 8 ou 9 a fazer disto vida”. Na melhor fase de Matança de Porcos “chegava a fazer 10 num sábado!”, interveio o filho, que também acompanha o pai e a mãe e “sócia”, Júlia Marques. “Agora isto está muito fraco”, acrescentou por fim o pai Francisco, natural da freguesia vizinha de Moure.
Na preparação para a matança, o animal que estava preso e stressado na carrinha foi solto, “para ficar mais calmo”. A porca estudou todos os cantos ao espaço e acalmou. Meia hora depois foi preciso meia dúzia de homens adultos para a dominar e, entre grunhidos estridentes, o Sr. Francisco deu o golpe de misericórdia na Seba. O animal sangrou para um alguidar enquanto ía morrendo.
Depois foi chamuscado com um maçarico para queimar e raspar o pêlo e por fim, com palha a arder “foi à praia”, como diziam com graça os populares, numa alusão ao ato de corar a pele da porca, para conservar melhor o bicho “e porque a carne fica mais saborosa”, explicou ainda, a um dos presentes, o administrador da PROVIVER EEM, Dr. Manuel Barros, que presenciou a actividade.
Seguiu-se a lavagem do animal, com água, esfregona de aço e sabão “dos pequenos”, como precisou a dona Júlia, esposa do magarefe. Limpo o animal, procedeu-se à abertura com um golpe vertical. Retirara-se as vísceras e órgãos e depois foi colocado numa câmara frigorífica, “para acabar de secar”, acrescentaram os entendidos. “Amanhã de manhã faz-se o retalho do animal”, acrescentaram.
Por esta altura, já se comia e bebia dentro das instalações e o ambiente era animado pelas concertinas e pelos cantares ao desafio, já eram noite cerrada.
A matança da seba foi ainda supervisionada por uma veterinária e decorreu dentro de todas as condições de higiene.
Assistiu ainda à actividade o presidente da Junta de Freguesia da Lage, o enfermeiro Carlos Pedro.
0 comentários:
Enviar um comentário