
Ao segundo dia o bolo rei gourmet teve honras de encerramento na convenção de gelataria e vitrinismo em pastelaria, que termina hoje o Centro de Dinamização Empresarial de Soutelo Vila Verde. Pelas mãos de Hélder Costa, mestre pasteleiro, os presentes e participantes ficaram a conhecer os segredos de uma iguaria contagiante e que atingiu enorme sucesso. Criatividade e alteração de ingredientes está na base de uma mudança radical, uma temática que serviu igualmente para abrir o debate do dia, centrado nas pastelaria saudável e segura.
Pela voz de Francisco Miranda os participantes na convenção ficaram a conhecer ideias mestras no âmbito da pastelaria saudável. Numa analógia entre o presente e o futuro, o representante da Decorgel, traçou um raio-x ao contexto actual e ainda lançou um plano teórico, que visa a rentabilização das empresas, bem como na melhoria de produtos.
Na sua visão, o cenário actual da pastelaria assente em cinco pressupostos: standard, nocivos à saúde, consumo esporádico, vedado a alguns agentes e baixa rentabilidade para as organizações. Os objectivos a atingir são claros e concisos: diferenciação, necessidade/saudável, consumo regular, produto acessível a todos e aumentou de receitas.
São na realidade duas pontes distintas e que podem marcar a diferença, podem até marcar uma era e um momento. Tudo se resume e se centra na criatividade. “Não existem segredos, porque são muito efémeros. O tempo é muito curto. O verdadeiro segredo é ser inovador, é estar na linha da frente”, justificou ainda Francisco Miranda. “A criatividade é ilimitada na pastelaria e temos que estar gratos por trabalharmos numa área de tamanha riqueza”, acrescentou ainda.
O caroço de uma ameixa pode ser do tamanho de um penedo
Num plano de exigência pessoal/empresarial, Francisco Miranda defendeu que o caminho do sucesso só se atinge assente nesse pressuposto. Dentro dos exemplos que foram referidos ao longo da sua exposição, focou uma curiosidade. A organização a que pertence e que considerou “humilde”, foi obrigada “a rejeitar um projecto de trabalho em prol da exigência”. “Um cliente queria um preparado de ameixa seca, mas que na análise que fizemos era praticamente impossível eliminar a 100 por cento os caroços. Ninguém tropeça num penedo, mas um caroço de ameixa pode ser letal. Po-de partir um dente, pode até cortar a garganta de uma criança e como tal tivemos que recusar esse projecto. Perdemos rendimentos, mas mantivemos a nossa linha de exigência. Todos devemos ser exigentes e perceber que a nossa imagem é muito importante”. Por vezes um caroço pode ser transformado num penedo e destruir a reputação de uma empresa.
O mito das calorias
A problemática em torno da saúde foi outro dos temas em debate. Pode ou não a pastelaria ser saudável. O mito gulosei-ma/calorias pode ou não ser ultrapassado. Francisco Miranda considerou que pode até reduzir-se calorias, eliminar açucares, aumentar a quantidade de fruta e terminar com o conservadorismo que grassa no sector. Esse é um mito que pode ter um ponto final.
A segurança alimentar foi tónica nas palavras de Leonel Conceição, da empresa Derovo, sendo que Marta Ambrósio, da APCER, centrou o seu discurso na certificação. Não enquanto olho reprovador, ou vestindo a pele de uma ASAE, mas sim como um conselheiro. “O nosso papel de auditor é ajudar a evoluir, a corrigir o que está mal e a a reconhecer o que é bem feito. Uma auditoria serve para ajudar as empresas e não para destruir o património cultural e gastronómico que advém do ramo da pastelaria.
O dia terminou com o show pastry, demonstração/prova do bolo rei gourmet, um valor histórico que adquiriu uma percepção única, depois de um processo inventivo, com um toque de maça e canela...
Fonte Correio do Minho por Rui Miguel Graça
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