Braga: Partidos contra nomeação de Domingos Névoa para empresa intermunicipal de Braga



PS junta a voz ao coro geral de críticas à nomeação de Domingos Névoa para empresa intermunicipal de Braga.


O Bloco de Esquerda e o ex-ministro João Cravinho pediram e todos os partidos com representação parlamentar responderam. O PSD e o PCP tomaram hoje uma posição crítica, através dos respectivos líderes, sobre a nomeação do empresário bracarense Domingos Névoa para a presidência da empresa intermunucipal de gestão de resíduos Braval. Pelo CDS falou o líder parlamentar, Nuno Melo. E a direcção do PS, através de Santos Silva, juntou-se a Cravinho e a Manuel Alegre, considerando “profundamente criticável” que o empresário condenado por tentativa de corrupção em Lisboa assuma agora a direcção da Braval.

Apesar de considerar que esta situação “não é boa para a democracia”, Santos Silva esclareceu que a posição da direcção nacional do PS respeita “as questões relativas à estrutura accionista da Braval e ao acordo entre os seus sócios que determina a rotatividade da presidência empresa”, bem como “as decisões tomadas pelas autarquias envolvidas neste processo”. Mas esta posição da direcção do PS deixa isolado o autarca “rosa” Mesquita Machado, que ontem, numa conferência de imprensa em Braga, recusou comentar as críticas à chegada do seu amigo e empresário à presidência da Braval por via de um “acordo de cavalheiros” entre a autarquia que dirige e uma empresa participada da Rodrigues & Névoa.

Mesquita, que já fora criticado pelo também socialista João Cravinho, já tinha visto hoje o deputado Manuel Alegre apelar à direcção do PS para que reagisse à eleição de Névoa, dizendo que essa nomeação contraria os “valores éticos” do partido e da democracia. “Temos de dar o exemplo”, afirmou o deputado socialista em declarações à Lusa no Parlamento. Para Alegre, a nomeação do empresário – que, recorde-se, recorreu da sentença - constituiu “uma falta de respeito por uma decisão da justiça”.

Respaldada na posição dos vereadores do PSD na Câmara de Braga, também a presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, criticou Mesquita Machado, responsabilizando-o pela chegada de Névoa à liderança da empresa intermunicipal que trata os lixos de Braga, Amares, Vila Verde, Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho. Interrogada sobre o facto de o empresário ter sido votado por unanimidade, Ferreira Leite respondeu que essa unanimidade se registou “dentro daquilo que são as decisões da administração”, não reflectindo a posição dos partidos.

Com o mesmo tipo de argumentos, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou esta nomeação “uma situação inaceitável, na medida em que [se trata] de alguém que foi julgado e que foi condenado. Eu não quero dizer que tenha de se aplicar uma pena perpétua ao referido cidadão, mas, no plano político e no plano ético, é no mínimo inaceitável”, defendeu o líder comunista. Fonte Jornal Público por Abel Coentrão, com S.S, M.G. e Lusa

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