População: 592 habitantes (pelos Censos 2001)
Actividades Económicas: Agricultura, pecuária e pequena indústria.
Festas e Romarias: S. Sebastião (3.º domingo de Janeiro), S. Frutuoso (3.º domingo de Julho), S. Martinho (11 de Novembro) e Santa Eulália (10 de Dezembro).
Orago: Santa Eulália
Património cultural e edificado: Igreja paroquial, Capela de S. Sebastião, pelourinho, residência paroquial, Casa da Penha e Casa da Barranheira.
Outros locais de interesse turístico: Praia fluvial do rio Homem.
Artesanato: Mantas de retalhos.
Colectividades: Associação Cultural Recreativa e Desportiva de Sande e Grupo Coral.
Dista cerca de 6 Km da sede do concelho e está situada na margem direita do rio Homem.
Povoação muito antiga, já em 1258 pertencia ao julgado de Regalados, altura em que os seus habitantes gozavam de apreciáveis privilégios. Esta freguesia aparece na “Corografia Portuguesa” com a designação de Santa Ovaia de Barros. Consta que nesta freguesia, entre as várias casas senhoriais que a caracterizam, se localizava o verdadeiro solar dos Barros, que foram padroeiros da igreja.
O primeiro nome da freguesia foi, todavia, “Babo”, corrupção de Babon, substantivo árabe que significa porta; assim como babe significa portinha.
Os topónimos indicam a origem muito antiga do povoamento da freguesia, facto confirmado porque nas elevações vizinhas existiram fortificações castrejas.
Sande é corrupção do substantivo hebraico Sandel, espécie de calçado usado pelos antigos, e que nós corrompemos em Sandalhas.
O topónimo Sande alude igualmente a uma Sandi “villa” (de Sandus, nome pes- soal de grande voga antes da nacionalidade, e Cide (no século XIII Cidi, que é o próprio nome pessoal usado no século XIII entre nós).
Nos meados do século XIII, a freguesia compunha-se de prédios reguengos avulsos (“leiras”), que o mordomo da coroa dava a cultivar a quem mais lhe pagasse — mas isto parece que em pequeno número —, e de herdades fossadeiras, isto é, de cavaleiros-vilãos e até, possivelmente, de jugadeiros (pois a fossadeira não a pagavam só os ditos cavaleiros). Estas fossadeiras, anuais, eram pagas pelo S. Miguel e representavam uma situação social popular, muito privilegiada nesta época. Eram encargos gerais da freguesia, fora das propriedades fidalgas, que também existiam ao lado das populares, especialmente da estirpe dos “de Barros” (freguesia limítrofe): a voz e a coima (casos de crimes); a anúduva (serviço militar); a entroviscada (pesca senhorial, ou do rei); a “vida” (refeição) ao mordomo “quando lha querem dar” os moradores (o que não era privilégio muito vulgar); e lutuosa quando alguém morria sem senhor (meados do séc. XIII).
A igreja local possuía leiras na freguesia, e também nelas havia casais dos mosteiros de Souto e de Rendufe. Um fidalgo, parece que dos “de Barros”, Rui Viegas, doou à igreja de Santa Eulália, antes de 1258, certos bens, que comprara aqui a herdadores. Muitos habitantes da freguesia escusavam-se, em 1258, do foro à coroa, por terem criado vários fidalgos, como filhos de Estêvão Viegas e Rui Viegas, de Afonso Peres “de Barros” e Estêvão Rodrigues, e de vários fidalgos de nomes Calvete e Murrinha.
Bibliografia
Dicionário Enciclopédico das Freguesias 1º Volume (Braga-Porto-Viana do Castelo) –MinhaTerra (Estudos Regionais de Produção e Consumo, Lda)
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