Cávado: Região candidata-se a paisagem histórica



Reabilitar a autenticidade e a identidade humana e cultural do Vale do Cávado, é um dos principais objectivos de um projecto que vai começar a ser desenvolvido naquela zona e que será depois integrado num projecto europeu já existente e que engloba regiões de Espanha, Itália, França, Grécia, Noruega, Croácia e Eslovénia.

Um biólogo espanhol (de Valência) e responsável pelo centro de educação ambiental veio até à região fazer uma prospecção no terreno, tanto a nível material como institucional, e como resultado convidou a investigadora da Universidade do Minho Fernanda Rocha a liderar o projecto português, que tem de estar "pronto o mais depressa possível, a tempo do próximo quadro comunitário de apoio".

"O Vale do Cavado é caracterizado pela mesma filosofia que o resto do projecto europeu, já que tem a sua botânica e a característica das pessoas muito similares entre os diferentes concelhos". A ideia inicial passa por reabilitar, em Amares, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do Minho e Vila Verde (posteriormente Montalegre) e do Parque Nacional da Peneda-Gerês os espaços onde o Homem viveu e/ou desenvolveu actividades, tais como quintas, lagares de azeite ou alambiques. "Não precisamos de importar uísque, porque temos a nossa aguardente, apreciada mundialmente", diz.

Numa segunda fase, o projecto prevê a criação de microempresas para venda de produtos endógenos. Fernanda Rocha salienta ainda que um dos aspectos do projecto bio-histórico é a componente educacional "Mais do que promover visitas, queremos que as crianças vivam a terra, mexam nela, vejam as plantas e os animais crescer". Como obrigatoriedade europeia, juntos na iniciativa estão universidades (Porto e Braga), câmaras e empresas. "Queremos transformar o Vale do Cávado num ecomuseu natural, abrangendo toda a sua área territorial e com portas por onde os interessados poderão aceder, depois, a todo o espaço, que mais não é do que uma cultura viva". Para isso, vão ser recuperados os claustros da abadia de Amares, o mosteiro de Rendufe, lagares de azeite e moinhos, casas antigas e igrejas, tornando-se muitos desses espaços nas tais portas de entrada.

Outra das mais-valias do projecto, que a nível europeu é "considerado um caso de sucesso", passa pela forma como é difundido. "São as regiões que se promovem umas às outras. Em Portugal, promovemos a Inglaterra e todas as outras, a Espanha promove Portugal e assim por diante, numa perspectiva de rede". A justificação é simples "É um projecto para turistas ambientais e com interesse pelas questões culturais e tradicionais". Fonte JN por Pedro Antunes Pereira e Alfredo Cunha

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