Vila Verde: Sindicato exige enfermeiros acompanhados nos domicílios





O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) alerta que está em causa a prestação de cuidados de saúde à população servida pela Unidade de Cuidados à Comunidade de Vila Verde.
Neste momento existem duas situações que para o SEP são “inaceitáveis”: a determinação de que os assistentes operacionais não acompanhem o enfermeiro nas visitas domiciliárias e a exigência de que sejam os próprios enfermeiros a conduzir a viatura de serviço.

“É a prestação de cuidados à população vilaverdense que está em causa”, afirma Guadalupe Simões, dirigente do SEP, que continua a aguardar resposta ao pedido de reunião que o sindicato efectuou ao director executivo do ACES Cávado II Gerês/Cabreira.

Em declarações ao Correio do Minho, Guadalupe Simões explica que “sem qualquer razão que o justifique, o director executivo do ACES determinou que os assistentes operacionais não fizessem o acompanhamento dos enfermeiros nas visitas domiciliárias”. Com esta posição - prossegue Guadalupe Simões -“o director executivo exige que as visitas domiciliárias sejam feitas apenas por um enfermeiro, o que coloca em causa a segurança destes profissionais”. 

De acordo com a dirigente sindical, há registo de situações de enfermeiros “mordidos por cães, agredidos por familiares e até roubados nas deslocações sem acompanhamento”.
A enfermeira assume que existe carência de assistentes operacionais, mas vinca que é necessária uma gestão dos recursos com equilíbrio, o que, em seu entender, não está a acontecer.

Guadalupe Simões refere mesmo que a situação tem levado a que alguns enfermeiros se recusem a efectuar os tratamentos ao domicílio, daí estar em causa a prestação dos cuidados de saúde à população. “O director da ACES sabe que isto se passa, que há domicílios que não se estão a realizar, pois os enfermeiros fazem relatórios diários do seu serviço”, vinca.

Sem resposta ao pedido de reunião, o SEP abordou a questão na passada sexta-feira numa reunião da ARS Norte, entidade a quem havia já denunciado a situação através de uma carta.
Junto da ARS Norte, o sindicato vinca que aos enfermeiros não pode ser imposto que conduzam a viatura de serviço, tarefa que estes podem realizar mas apenas se a aceitarem de forma voluntária. Assim, o SEP requereu aquela entidade que dê orientações aos directores executivos dos ACES no sentido de “não exercerem qualquer pressão sobre os enfermeiros para que conduzam viaturas de serviço”. 

A questão foi também abordada com o Ministério da Saúde, numa reunião ocorrida também na semana passada.
O ‘Correio do Minho’ contactou, por telefone e por email, o ACES Cávado II Gerês Cabreira no sentido de obter esclarecimentos por parte do seu director sobre a situação denunciada pelo sindicato, mas não obteve resposta.

Fonte Correio do Minho por Marlene Cerqueira

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