Minho: Reciclagem volta a aumentar em 2014 mas persistem os roubos





Durante o ano de 2014, a Braval recolheu 14619 toneladas de resíduos recicláveis nos ecopontos existentes na área de abrangência da Braval (Amares, Braga, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do Minho e Vila Verde). Em 2013 tinham sido recolhidas 14.460 toneladas, o que significa um aumento de 1,1%.
O ano de 2012 foi o único ano em que os resíduos recolhidos seletivamente, na área da Braval, diminuíram face ao ano anterior. Apesar de terem vindo a aumentar nos últimos dois anos, ainda não se atingiu a quantidade máxima recolhida em 2011: 15.154 toneladas.

O Papel/ Cartão e Embalagens de Plástico e Metal, perfizeram 8.449 toneladas, mais 213 toneladas que em 2013, um aumento de 2,6%.
No Vidro houve um decréscimo de 54 toneladas face a 2013, menos 0,9%, com um total de 6170 toneladas recolhidas.
Há que relembrar que a recolha seletiva iniciou-se no ano 2000, com cerca de 1000 toneladas recolhidas nesse ano, estamos agora na ordem das quase 15000 toneladas.
Os resíduos indiferenciados aumentaram ligeiramente: 87.244 toneladas, mais 2872 toneladas do que em 2013, um aumento de 3%, recuperando os valores de 2012. Este aumento poderá traduzir uma estabilização no consumo das famílias.

A recolha de óleos alimentares usados estabilizou, foram recolhidos 70158 litros, ainda assim menos 377 litros do que em 2013, uma diminuição pouco significativa de 0,5%. Desde o máximo atingido em 2011, quando foram recolhidos 95000 litros de óleos alimentares usados, a quantidade recolhida foi diminuindo até estabilizar em 2014, devido sobretudo ao encerramento de muitos grandes produtores, cafés e restaurantes, aliada à diminuição do consumo nas famílias.
No caso dos pneus usados, continuam a aumentar tendo sido recebidas 1886 toneladas, mais 230 toneladas do que em 2013, uma aumento de 13,9%.

Em termos de Resíduos Elétricos e Eletrónicos e Pilhas houve novamente uma diminuição de 32 toneladas devida talvez à diminuição do consumo, mas também ao desvio ilegal de resíduos dos pontos eletrão, para os quais continuo a alertar. Urge fazer algo que impeça que os sistemas concessionários, únicos legalmente autorizados para efectuar estas recolhas, sejam privados destes quantitativos de resíduos. Esta proibição e infração deverão estar previstas nos regulamentos municipais de resíduos ou, então, pela legislação nacional, de forma a desincentivar este tipo de comportamentos.

Enquanto munícipes, quando colocamos resíduos no ecoponto temos várias expetativas. A primeira, a preocupação ambiental, reciclar para não cont inuarmos a consumir recursos que não se reproduzem. A segunda, não menos importante, reduzir a factura do poluidor-pagador, gerar receita ao sistema para assim, pagar menos tarifa de RSU’s.
Com estes desvios ilegais de resíduos, os munícipes vêem as suas expetativas de contribuir para a melhoria do Meio Ambiente e também de serem compensados na tarifa de poluidor/pagador, serem completamente defraudadas. Assim, apelo também à população que denuncie estas situações às autoridades.

Apesar disto, os resultados são positivos como demonstrou a Missão Reciclar, realizada pela Braval e pela Sociedade Ponto Verde, junto dos munícipes de Braga e Vila Verde, no passado mês de Dezembro.
Em Braga e Vila Verde abriram as portas à Missão Reciclar cerca de 3400 dos lares visitados. Os resultados dos inquéritos realizados nestes lares mostram que, nestes municípios, a média de lares que fazem reciclagem é superior à média nacional que é de cerca de 70%.

Em Braga abriram a porta 2711 lares, dos quais 75% fazem separação das embalagens usadas, enquanto que em Vila Verde foram inquiridos 674 lares, com 72% dos mesmos a fazerem separação de resíduos.
Estes resultados deixam a Braval muito orgulhosa do trabalho de sensibilização que temos desenvolvido ao longo dos últimos anos.

As razões apontadas pelos “não separadores” de Braga foram as seguintes: A falta de recipientes próprios para o efeito foi apontada por 26% das pessoas inquiridas; 38,7% afirmam que não fazem separação devido ao excessivo trabalho implicado, enquanto que 9,4% referem a distância ao ecoponto como razão para não fazerem reciclagem.

Em Vila Verde, os não separadores apresentam as mesmas razões, com percentagens semelhantes.
A meta da reciclagem, em Portugal, é atingir 70% dos materiais passíveis de valorização até 2020. Na área da Braval, são atualmente reciclados 56% dos materiais, um valor ainda assim, superior à média nacional que se fixa nos 53%, no entanto, há ainda há muito trabalho a fazer. Como costumo dizer, fizemos muito em pouco tempo mas falta fazer muito mais: educar/sensibilizar.

Em meu nome pessoal e dos acionistas da Braval gostaria de felicitar a população que tem contribuído para estes resultados, aqueles que separam os seus resíduos, colocando-os nos ecopontos, e apelo a quem ainda não aderiu à separação de resíduos, que o passem a fazer. A crise tem levado a uma mudança de mentalidades e hábitos de consumo, que sirva também para uma maior consciencialização ambiental.
Ajude-nos, ajudando-se!

Fonte Correio do Minho por Pedro Machado

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