"Madonna anda, anda Madonna"."A voz de comando é de Clemente Alves. A comandada é uma burra, treinada, por estes dias, pelo coveiro de 50 anos, por entre caminhos esguios na freguesia de Escariz S. Mamede, Vila Verde.
A burra mirandesa será a estrela, na quarta-feira, da "Procissão da Nossa Senhora da Burrinha", organizada pela comunidade paroquial de S. Victor.
"Ela já me conhece. Tinha saudades minhas. Neste ano está mais calma", vai dizendo o coveiro do cemitério municipal de Monte D'Arcos, em Braga. Clemente Alves não troca por nada o lugar de S. José na procissão da burrinha. Neste ano, até houve quem oferecesse mil euros pelo lugar. Dinheiro batido por uma mulher em cima do balcão de uma mercearia em Lomar.
"Nem por dois mil euros. Só deixo este lugar quando morrer. Se adoecer? É o meu filho que me substitui", explica "S. José", vestido a rigor e em jeito de treino final. Natural de S. Victor, mas a residir em Lomar, Clemente afirma que o lugar de "S. José" na procissão da burrinha não é para mulheres.
"Se quiserem ir em cima da burra com um menino ao colo ainda aceito. Agora levar a burra, apenas o Clemente", atira, enquanto Madonna zurra em jeito de confirmação. Clemente é um fiel amante da Semana Santa. Tira sempre duas semanas de férias, pois não é só o trabalho de "S. José" que lhe incute especial responsabilidade.
Das histórias da procissão, houve uma que lhe deu algum trabalho. "Foi a Letizia. A burra devia estar com um pouco de febre e lembrou-se de aterrar na rua". Resolveu a situação com a filarmónica que seguia por entre os quadros bíblicos da procissão.
Fonte notícia/imagem © JN por Nuno Cerqueira (com notícia completa e vídeo reporagem)
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