A Câmara de Braga vai ser dona, dentro de 20 anos, de um hotel e de um parque aquático temático, equipamentos que serão construídos por um privado no Parque Norte, em substituição das piscinas olímpicas.
Orçadas em 25 milhões de euros, aquelas piscinas começaram a ser construídas em 2005, tendo o Município lá investido 8 milhões de euros, mas entretanto a obra foi interrompida, por falta de capacidade financeira.
Em causa não está apenas o dinheiro necessário para terminar a obra, mas também os elevados custos de funcionamento, nomeadamente com a climatização.
Agora, a Câmara abandonou de vez o projeto e hoje mesmo aprovou a assinatura de um contrato-promessa com um investidor privado, cedendo-lhe, por 20 anos, os direitos de superfície do terreno onde está o “esqueleto” das piscinas e de uma área adjacente, para que no primeiro seja implantado um parque temático e na segunda um hotel.
O contrato só será efetivado se o privado, num prazo de 90 dias, entregar garantias bancárias sobre os 14 milhões de euros que ali pretende investir.
Ao longo dos 20 anos de concessão, o investidor pagará rendas à Câmara, que numa primeira fase serão de 10 mil euros por ano mas que irão sendo atualizadas.
No total, essas rendas perfarão 4,4 milhões de euros.
Findo o período de concessão, a Câmara fica proprietária de todos os equipamentos.
“É uma espécie de aluguer que a Câmara faz”, referiu o presidente, Mesquita Machado, refutando que se trate de um mau negócio para o Município.
O líder da coligação Juntos por Braga, Ricardo Rio, classificou este negócio como “o memorial do despesismo socialista de Braga” e disse que “é tudo menos transparente, sem respeito pela concorrência do mercado”, já que a Câmara optou por negociações “de caráter particular”.
Segundo Rio, o negócio não salvaguarda o interesse público nem é coerente com o compromisso eleitoral do PS, que prometeu para o Parque Norte umas piscinas olímpicas.
A oposição considera que Braga precisa de piscinas olímpicas, pelo que defende que o caminho deveria ser a reformulação do projeto inicial, “de total megalomania”, através do desenho de um modelo mais económico e financeiramente sustentável.

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