É oficial: a era dos vaivéns espaciais chegou mesmo ao fim, com a entrega do Discovery ao Museu Nacional do Ar e do Espaço do Instituto Smithsonian, perto de Washington. E foi com todas as honras, desde banda de música até à presença de antigos comandantes e astronautas do Discovery, que o vaivém foi acolhido nesta quinta-feira na sua nova casa.
“O programa do vaivém espacial ofereceu a este país muitos momentos históricos e de orgulho”, lembrou, na cerimónia de entrega do vaivém ao museu, Charles Bolden, o actual administrador da agência espacial NASA e que, em tempos comandou, como astronauta, o Discovery. “Estamos contentes por partilhar este património com milhões de visitantes”, acrescentou Charles Bolden, citado pela agência AFP.
Entre os antigos astronautas que voaram no Discovery, que se estreou no espaço em 1984, encontrava-se por exemplo Eileen Collins, a primeira mulher a pilotar e depois a comandar um vaivém. Ou o ex-senador John Glenn, o primeiro norte-americano a entrar em órbita da Terra, em 1962, e que em 1998 se tornou o astronauta mais velho a viajar no espaço.
Esta terça-feira, o Discovery já tinha causado sensação, ao sobrevoar a baixa altitude a cidade de Washington, às costas de um avião Boeing-747 modificado. Despedia-se em grande, com o Capitólio, o Monumento de Washington, o Memorial de Jefferson e a Casa Branca como cenário.
O Discovery e a restante frota de vaivéns dos Estados Unidos, o Atlantis e o Endeavour, viram a hora da reforma tornar-se uma realidade em 2011. A 8 de Julho do ano passado o programa dos vaivéns, que teve o voo inaugural em 1981, chegava ao fim com a última viagem espacial de um destes veículos, o Atlantis. Pelo meio, a história do programa de vaivéns ficou marcada por duas tragédias: as explosões do Challenger (1986) e do Columbia (2003) e a morte dos 14 tripulantes.
A decisão de reformar os vaivéns teve por base os custos elevados de operação dos vaivéns e as opções estratégias dos Estados Unidos para o espaço, que a certa altura tinham os olhos postos na Lua e necessitavam de canalizar verbas para as novas aventuras lunares em perspectiva. Os Estados Unidos não têm agora meios próprios de colocação de astronautas no espaço e estão dependentes dos aparelhos da Rússia.
A partir de agora, é só em terra que poderemos ver os vaivéns – e o Discovery foi o primeiro a tornar-se peça museológica, ficando no lugar do Enterprise, um protótipo que nunca voou para o espaço e que terá como novo destino um museu de Nova Iorque.
Vídeo da última viagem do vaivém Discovery (via Euronews):
Fonte jornal Público por Teresa Firmino
0 comentários:
Enviar um comentário