Europa: Futuro do euro, há quatro cenários possíveis (via Ag. Financeira)



A emissão de moeda por parte do BCE, um incumprimento ordenado dos países do euro, a saída da Grécia da moeda única e a criação de um novo bloco monetário são quatro cenários potenciais para o futuro da Europa.

As hipóteses são avançadas pela consultora PricewaterhouseCoopers (PwC) num estudo onde analisa cada um desses cenários e descreve os respectivos resultados em termos de potencial de inflação e de impacto do PIB a partir de 2012 até 2016.

No documento, a PwC indica que se o Banco Central Europeu (BCE) decidir injectar liquidez significativa nas economias mais vulneráveis, produzindo mais dinheiro, poderá evitar uma recessão mais profunda, com as taxas de juros a reduzirem-se a curto prazo. No entanto, existe o perigo de a inflação subir bem acima da meta de 2 por cento, e haverá uma consequente depreciação do euro, que apesar de tudo poderá ajudar as exportações.

Aliás, o relatório prevê, neste cenário, uma inflação de 4,5 por cento em 2012, que baixaria para 2 por cento em 2015, enquanto que o crescimento da economia ao longo deste período seria de 1,5 por cento ao ano.

Num segundo cenário, a PwC refere que se a solução passar por um incumprimento ordenado dos países mais endividados, «haverá um espiral de contracção do mercado da dívida e uma recessão prolongada com uma duração entre dois e três anos, o que resultará numa perda acumulada do Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 5 por cento na Zona Euro».

Este é o cenário mais catastrofista para todos os países da moeda única, com uma contracção do PIB da zona euro de 3 por cento em 2012, que só recuperaria para valores positivos (1 por cento) em 2015.

No entanto, se o cenário for a saída da Grécia da moeda única, os gregos sofrerão «uma forte deterioração da sua economia, uma rápida depreciação de sua nova moeda e um aumento da inflação». Para além das consequências internas, toda a zona euro procurará «proteger sua moeda através da disciplina orçamental» e tomará medidas para o «aumento de confiança do investidor», mas não se livrará de uma «recessão que durará até dois anos».

Para esta situação, a PwC prevê uma contracção do PIB da zona euro de 1 por cento em 2012, que passaria a positivo (0,5 por cento) em 2013, atingindo os 1,8 por cento em 2016.

A consultora adianta, no último cenário, que a Europa poderá caminhar para «um novo bloco de moeda», tendo como ponto de partida de que, tanto a Alemanha como a França, reconheçam «a zona euro existente insustentável», abrindo caminho para um bloco monetário, «menor e mais fortemente regulamentado».

Caso tal aconteça, o relatório da PwC prevê uma apreciação «drástica» da nova moeda com o consequente boom na procura interna, sendo que os países excluídos sofreriam «uma desvalorização acentuada e severa contracção económica».

Para este cenário, o relatório da PwC adianta duas situações: para os países dentro do novo euro, o crescimento da economia seria imediato em 2012, enquanto que os excluídos sofreriam uma contracção de 5 por cento do PIB. Além disso, os países excluídos sofreriam uma inflação de 10 por cento em 2012 com tendência para cair até aos 3 por cento em 2016.

Yael Selfin, director da equipa da PwC que produziu o relatório, adianta que, em qualquer dos cenários, países como o Reino Unido e os Estados Unidos «veriam cair as suas exportações e o seu sector bancário teria problemas», além de que a China e outros países «teriam de lidar com um declínio significativo dos seus mercados de exportação».

O colapso do euro engoliria metade do PIB dos países mais fracos da moeda única. Estudos dizem que sair do euro custaria 10 mil euros a cada português.

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