
O ex-deputado na Assembleia da República, Jorge Pereira, vai entregar, segunda-feira, uma carta aberta à câmara e à Assembleia Municipal de Vila Verde a propósito da discussão sobre o Livro Verde da reforma da Administração Local. Na qualidade de cidadão, arquitecto e empresário, Jorge Pereira é muito crítico com o rumo que a discussão está a tomar no concelho e apresenta uma proposta de reforma administrativa com a criação de sete Unidades Territoriais.
Sendo favorável ao que está vertido no documento, «é o que Vila Verde precisa», Jorge Pereira lembra aos autarcas, vereadores e membros da Assembleia Municipal, que «Vila Verde é considerado como um concelho maioritariamente de área urbana e deve por isso, ser tratado no seu todo como tal. Facto que nenhum partido político encara de frente ou ousa assumir; da mesma forma que se esquecem que estamos a falar de uma reforma para os próximos 40 anos devendo a seriedade da argumentação ser o ponto principal da discussão».
O arquitecto e empresário discorda, ainda, da posição assumida pela câmara de estar a estudar sete cenários diferentes para o concelho. «Não tenho dúvidas, proponho sete Unidades Territoriais e nem preciso de régua e esquadro para as definir. A divisão natural e fluída actualmente existente, as raízes comuns de várias freguesias, os recursos naturais, a ‘jurisprudência’ popular criam, naturalmente, essas Unidades Territoriais».
Na missiva enviada aos dois órgãos, Jorge Pereira define estas Unidades Territoriais: Vila Verde, Vila de Prado, Vila de Pico de Regalados, Ribeira do Neiva, Vale do Homem, Portela/Terras da Nóbrega e Moure e depois de as justificar individualmente, adianta que «são zonas territoriais distribuídas de forma equilibrada por todo o concelho, com afinidades naturais, com centralidades evidentes, características comuns e sem grandes polémicas. Por isso, é chegada a altura das forças políticas do concelho porem de lado o tacticismo político e acabar com as divisões preconizadas que são, manifestamente, contra natura. E porque este deve ser um debate livre e democrático as freguesias limítrofes destas sete unidades territoriais podem decidir onde querem ficar inseridas.»
Jorge Pereira termina a carta aberta pedindo aos políticos do concelho que tenham «uma visão virada para o futuro, coragem política para avançar com o que, naturalmente, já existe e criar condições para que o concelho de Vila Verde responda, de forma positiva, aos desafios que a grave situação económica coloca à região e ao concelho. E isso só se consegue com Unidades Territoriais com pessoas, com massa crítica e com dimensão suficiente para concorrer com outras regiões da Europa. Unidades Territoriais fortes e equilibradas entre si e preparadas para promover a coesão de todo o concelho.»
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