Vila Verde: Grupo terminava experiência para trabalho de final de curso
"A minha única preocupação foi ver como estavam os alunos. Só depois vi que o professor Álvaro estava no chão a esvair-se em sangue", relatou ao CM Domingos Silva, de 55 anos, um dos professores feridos durante uma explosão, ontem de manhã, no laboratório da Escola Profissional Amar Terra Verde (EPATV), em Vila Verde. Dois alunos, de 18 e 19 anos, e um outro professor também sofreram ferimentos.
O rebentamento aconteceu às 11h00, no laboratório da EPATV, quando um grupo de três estudantes ultimava uma experiência com gás refrigerante para a prova de aptidão profissional, uma espécie de trabalho final de curso. "Tínhamos acabado de fazer a experiência, com sucesso, quando me baixei para desligar a tomada e o recipiente rebentou", descreveu ao CM o professor responsável pelo grupo finalista do curso de Técnico de Frio e Refrigeração.
Álvaro Santos, de 30 anos, o outro professor ferido na sequência da explosão, não fazia parte do grupo de trabalho. Tinha passado no laboratório para cumprimentar os alunos. "O professor Álvaro tinha entrado há pouco, só para desejar boa-sorte aos rapazes. Foi o que sofreu os ferimentos mais graves", lamentou Domingos Silva, que lhe prestou os primeiros--socorros. Álvaro Santos sofreu três cortes profundos numa artéria do braço direito e foi operado ontem no Hospital de Braga, onde permanece internado.
As causas do rebentamento do cilindro estão por apurar. A directora pedagógica da escola, Paula Fernandes, garantiu ao Correio da Manhã que a experiência estava a ser feita "dentro das especificações do vidro". Para já os responsáveis da escola avançam com as hipóteses de ter havido uma "reacção química desconhecida" ou "uma eventual falha no material".
"O GÁS QUE USÁMOS NÃO É INFLAMÁVEL"
"O gás frogorigénio, ou refrigerante, que usamos na experiência não é inflamável e não reage com o vidro", garantiu ao CM Domingos Silva, professor de Físico-Química e responsável pelos laboratórios da EPATV.
O professor, que tem 30 anos de experiência em laboratórios, não consegue perceber o que terá provocado o rebentamento. Por isso, assim que teve alta do Hospital de Braga dirigiu-se de imediato para o laboratório, em Vila Verde, para analisar o que terá "corrido mal".
"O recipiente [um cilindro de vidro com 50 cm] que estávamos a usar tinha sido feito propositadamente para aquela experiência e já tinha sido testado na sexta-feira", revelou o professor, ainda incrédulo com o rebentamento.
REBENTAMENTO NÃO FOI OUVIDO NA VIZINHANÇA
Os moradores dos edifícios próximos da EPATV não se aperceberam de qualquer rebentamento. Só o aparato de bombeiros chamou a atenção da vizinhança.
"Aqui no café ninguém se apercebeu de nada, só quando começaram a chegar as ambulâncias é que soubemos que havia ali dentro bastantes feridos", referiu ao CM Tiago Freitas, funcionário de um café junto ao estabelecimento de ensino.
No cabeleireiro junto à escola a explosão também não foi sentida. "Só vi muitas ambulâncias a chegar", disse a proprietária.
Fonte Correio da Manhã por Fátima Vilaça
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