Braga: Tudo pronto para a Procissão da Burrinha sair à rua (Via Correio do Minho)



Um cortejo único na sua forma de organização, ultrapassando os 800 figurantes, a Procissão de Nossa Senhora da Burrinha, o cortejo bíblico ‘Vós sereis o meu povo’, já mexe pelas ruas de S. Victor. E todos cumprem religiosamente a sua função.

Cada um sabe exactamente o que tem que fazer, por isso, “os preparativos estão na recta final”, garantiu o padre José Carlos Azevedo, admitindo, no entanto, que “há sempre coisas que surgem nas últimas horas para se fazer”.
Como todos os anos há novidades, este ano não é excepção. Os figurantes no final da procissão vão receber o doce da Burrinha.
Esta é a procissão que tem o percurso mais longo. Além disso, “chama muitas pessoas por ser diferente. Tem mais movimento, as outras são mais estáticas e solenes. Aqui há mais interacção e novidade”, justificou o padre da paróquia. “Este ano, os 24 quadros voltam a sair à rua. Como sempre, fazemos os possíveis para renovar o guarda--roupa de um dos quadros”, informou o pároco, sublinhando que o escolhido deste ano foi o quadro 11, do Rei David. “Há anos que se vinham queixando que a roupa estava fraca e que já não gostavam daquela roupa e então fizeram-se 11 fatos”.
Entretanto, o quadro da catequese, que muda todos os anos, “vai ser uma espécie de resumo do triénio pastoral dedicado à Palavra na diocese de Braga”.
Em relação aos figurantes, o padre José Carlos Azevedo referiu que “aparece sempre muita gente de fora da paróquia”, evidenciando um grupo de 40 a 50 pessoas que pertencem à Igreja do Carmo. “Não há falta de figurados. Haja S. Pedro e tudo está a postos para correr bem”, disse.

A história de um povo

Organizado, desde 1998, pela Paróquia e pela Junta de Freguesia de S. Victor, o cortejo bíblico ‘Vós sereis o meu povo’ apresenta a pré-história do Mistério Pascal de Jesus que a igreja celebra nos dias seguintes.
“Esta é uma semana importante para os cristãos. A Semana Santa é vivida na zona com grande devoção e o facto deste cortejo bíblico ser incorporado nesta semana é uma mais-valia”, assegurou o pároco de S. Victor, José Carlos Azevedo. E atirou: “o povo está mais desperto para participar. Já se criou o hábito de ver a nossa procissão e tentamos que seja o mais fiel ao que acontecia no tempo de Jesus”.
Amanhã à noite, antes da procissão, são distribuídos panfletos com a história de cada quadro e no início de cada um também há um resumo explicativo.
Desde o chamamento de Abraão, passando pela era dos Patriarcas, pela escravidão no Egipto e gesta libertadora de Moisés (prefiguração de Cristo), até à infância de Jesus, incluindo a sua fuga para aquele país com José e Maria montada numa burrinha, desfilam, em sucessão cronológica e em verdadeira catequese viva, profetas, reis, figuras eminentes, símbolos e quadros bíblicos do Antigo Testamento. No essencial, assim é figurada a Aliança de Deus com o seu povo e prefigurada a Nova Aliança que será selada com o sangue de Cristo.

Procissão da Burrinha sai da Igreja de S. Victor

O cortejo bíblico está repartido por 21 quadros bíblicos diferentes. Um dos que a tradição mais conservou até aos dias e hoje é o da fuga de Nossa Senhora para o Egipto, em cima de uma burra, que dá o nome à secular celebração bracarense. A burra Letícia, de Vila Verde, participa na procissão pelo terceiro ano consecutivo.
A procissão tem o seguinte itinerário: igreja de S. Victor, Largo da Senhora-a-Branca, Avenida Central (lado norte), Largo de S. Francisco, Rua dos Capelistas, Jardim de Santa Bárbara, Rua do Souto, Largo do Barão de S. Martinho, Avenida Central (lado sul), Largo
da Senhora-a-Branca, igreja de S. Victor.

Costureiras renovam quadro do Rei David

Apesar de terem ‘ganho’ algumas máquinas de costura, são as antiguinhas, as do costume, que continuam a dar ‘conta do recado’. As linhas, agulhas, tesouras e tecidos estão espalhados pela mesa, colocada ao centro do novo atelier de costura. As voluntárias, também do costume, trabalham com “muita boa vontade e alegria” para que, amanhã à noite, na Procissão da Burrinha esteja “tudo impecável”.
As mulheres da terra cortam, alinhavam e cozem nas máquinas “já a pedir reforma”, desabafam. “Já somos uma família, estamos sempre à espera para começar a trabalhar”, atirou Vera Lúcia Barros, a ‘chefe de equipa’ entre os tecidos em tons de castanho e amarelo.
Há um mês para cá, todos os dias da semana, lá estão elas a ‘picar’ o ponto. Não vale faltar. Este ano, as costureiras estão a renovar o quadro 11 - Rei David. “Temos onze fatos novos para terminar e todos os dias à noite cá estamos”, contou, com o seu sotaque brasileiro, Vera Lúcia Barros. < br /> Orquídea Ribeiro é a modelista de serviço, continua atenta aos seus afazeres. Mas das 21 até às 23.30 horas há tempo para tudo. “Rezamos todos os dias quando começámos a trabalhar, depois cantámos, resmungámos com as máquinas e até assobiámos. Vale tudo”, contam, enquanto costuram.
Lurdes Santos, a tia Lu, assegurou que todas andam ali “por pura carolice” e, quando chega a hora da procissão, “a vaidade e o orgulho vêm ao de cima”, acrescentou Teresa Ferraz.

Presidente de junta leva ‘chá’ gelado e empadas

A meio da noite, aparece o presidente da Junta de Freguesia de Freguesia de S. Victor com o tradicional ‘chá gelado’. As ‘jovens’ param um pouco para se deliciarem com as empadinhas e, claro, um copinho de branco. “O trabalho que se vê lá fora resulta de tudo que se faz por aqui e isto é apenas um ‘miminho’ que sabe sempre bem. É o mínimo que se pode fazer por pessoas tão bairristas, abnegadas e altruístas”, justificou o presidente da autarquia, Firmino Marques, evidenciando a “organização gigantesca” que está por trás da procissão.
Depois de alguns minutos ‘saborosos’, as costureiras voltam a arregaçar as mangas. Voltam a rir, falar e, claro, a trabalhar. Todos os dias à noite a ‘novela’ daquelas mulheres passa a ser o ‘atelier’ de costura.
Entre os tecidos e as ferramentas, lá continuam a fazer as túnicas. “Um ano ouvi pessoas a comentar que a roupa era da câmara”, recordou com tristeza Deolinda, mais conhecida por Lindinha das empadas e das natinhas. E atirou com orgulho: “há anos que trabalhámos na paróquia para estar tudo bonito no dia da procissão e vale a pena”.

‘Burrinha’ já tem doce...

Esta é uma daquelas novidades que certamente vai virar tradição. O Pingo Doce Braga Parque, respondendo a um desafio que lhe foi lançado pela Junta de Freguesia de São Victor, acaba de criar o ‘Doce da Burrinha’, uma iguaria de Páscoa exclusiva que vai certamente fazer as delícias de muitos bracarenses e não só.
Foi ao pasteleiro António Pereira que coube a tarefa de criar este ‘Doce da Burrinha’. “Procurámos criar algo que se enquadrasse nesta época de Páscoa. Fizemos vários modelos e tipo de bolos, fizemos provas de degustação, e esta foi a melhor sugestão”, contou o autor desta iguaria que fica associada ao cortejo bíblico organizado pela comunidade de S. Victor, sempre na noite da Quarta-Feira Santa.
O pasteleiro não desvenda a receita desta nova iguaria, mas revela que leva farinha, ovos, açúcar, mel, creme de pasteleiro e alguns frutos secos envolvidos num aroma que lhe dá um toque especial. “Posso dizer apenas que o segredo está nos frutos secos”, diz António Pereira.
Rui Aparício, director do Pingo Doce Braga Parque, realça que houve uma preocupação acrescida na confecção deste bolo, uma vez que é um bolo que leva um recheio de creme, mas que tem de aguentar horas sem estar no frio. “Houve o máximo cuidado em garantir todas as regras de segurança alimentar”, vinca o responsável, realçando que está a ser estudada a possibilidade de disponibilizar a receita à comunidade para que “este doce possa tornar-se numa tradição ligada à Procissão da Burrinha”.
Será precisamente amanhã, no Procissão de Nossa Senhora da Burrinha, que o ‘Doce da Burrinha’ vai ser dado a conhecer, ou melhor a provar, à comunidade.
O Pingo Doce Braga Parque vai confeccionar e entregar amanhã 1200 ‘Doces da Burrinha’ à Junta de Freguesia de S. Victor que os irá oferecer a todos quantos participaram na realização do cortejo deste ano.
A partir de quinta-feira, o doce de Páscoa estará à venda em no Pingo Doce Braga Parque.
Realçando o orgulho pessoal e do Pingo Doce Braga Parque neste novo ‘Doce da Burrinha’, o pasteleiro António Pereira desafia a população a experimentar esta nova iguaria.

Pingo Doce Braga Parque: onde encontra tudo para uma Páscoa bem recheada

Mas não é apenas com o ‘Doce da Burrinha’ que pode enriquecer a sua Páscoa. O Pingo Doce comercializa um vasto leque de doces tradicionais da época de qualidade e sabores excepcionais.
Destaque para o tradicional pão-de-ló, confeccionado em formas de barro. O pão-de-ló húmido, uma especialidade Pingo Doce também é sempre muito apreciada. Bolo-rei, folares, doce francês, casadinhos, são apenas alguns exemplos do que poderá encontrar nesta loja, para além da uma grande variedade de amêndoas. Para que a sua Páscoa saiba ainda melhor, o marisco é outra sugestão do Pingo Doce Braga Parque para esta época. Destaque ainda para o borrego nacional, conhecido pela sua frescura e qualidade. No talho encontra ainda o cabritinho para assar e o anho.

Fonte Correio do Minho por Patrícia Sousa
Fonte Imagem por © Diário do Minho

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