Portugal: Excelência máxima na ortopedia de 14 hospitais



A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) revelou hoje que 14 serviços de ortopedia de hospitais públicos, privados e do sector social atingiram o nível de excelência máximo no âmbito do Sistema Nacional de Avaliação dos Serviços de Saúde (Sinas).


O Sinas surgiu como resposta a um decreto-lei de Maio de 2009, que incumbe à ERS «promover um sistema de classificação de saúde quanto à sua qualidade global, de acordo com os critérios objectivos e verificáveis, incluindo os índices de satisfação dos utentes».

Os primeiros resultados conhecidos sobre os serviços de ortopedia indicam que, dos 60 prestadores de cuidados de saúde que «voluntariamente» aderiram ao Sinas, pouco mais de um terço (23) não foram classificados.

A ERS especifica que destes 23, oito prestadores não tinham uma «amostra significativa», enquanto 15 encontram-se ainda «em averiguação».

«A qualidade da informação (dada pelos 15 prestadores que se encontram em averiguação) por alguma razão não é suficiente, não tem um grau de certeza que queremos impor», explicou o presidente da ERS, Álvaro Almeida, acrescentando que «subsistem dúvidas e não lhes será atribuída nenhuma classificação enquanto elas existirem».

No nível máximo de excelência (nível III) estão os centros hospitalares do Alto Ave, do Porto, da Póvoa de Varzim/Vila do Conde, Entre Douro e Vouga e de Setúbal, bem como os hospitais da Misericórdia de Vila Verde, Hospital Narciso Ferreira, em Riba de Ave, Hospital Santa Maria Maior, em Barcelos, HPP Boavista e Hospital de S. João, ambos no Porto.

Estão ainda a este nível os hospitais S. Teotónio, em Viseu, Hospital Professor Fernando Fonseca e Hospital do Espírito Santo, em Évora e a Unidade Local de Saúde de Castelo Branco.

No nível médio de excelência (Nível II) ficaram 20 prestadores de serviços de saúde, enquanto no Nível I encontram-se apenas três unidades.

Em conferência de imprensa, os responsáveis da ERS sustentaram que nunca foi intenção criar um ranking, mas apenas um rating, sendo certo que se algum prestador «não cumprir os critérios mínimos não poderá continuar», o que não se verificou nesta primeira análise, que é acompanhada por um «conjunto de auditorias».

Eurico Castro Alves apontou a «assimetria de informação» existente nos hospitais, ou seja, programas informáticos diferentes, como uma das prováveis causas para que haja 15 unidades hospitalares ainda em averiguação.

O médico referiu, contudo, «que de forma geral, os serviços de ortopedia portugueses são francamente positivos».

No entanto, o presidente da ERS foi perentório ao afirmar que se tivesse que escolher entre os prestadores de serviço nunca optaria por ser tratado naqueles que ainda não têm classificação.

«Não iria a nenhum dos 23 que não tem classificação. Na dúvida, prefiro os 37 do primeiro grupo (dentro dos três níveis de excelência)», disse.

O responsável disse ainda que este rating visa permitir ao utente fazer escolhas, lembrando que 20 por cento da população tem um subsistema de saúde ou seguro de saúde que lhes permite optar por um serviço público ou privado.

«São estes que vão provocar a mudança», frisou.

O Sinas utiliza critérios internacionais/indicadores adaptados à realidade nacional, validados, sendo o seu «nível de confiança de 99 por cento», garantiu Jorge Sequeira, da Siemens.

Até ao final do ano serão conhecidos os primeiros resultados da excelência clínica na área da ginecologia, obstetrícia e pediatria.

Com o Sinas, a ERS pretende a longo prazo, 10 anos, fazer uma avaliação global de cada prestador, que passará pela análise de outras componentes como a da segurança do doente, as instalações e a satisfação do utente. Fonte Jornal Sol

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