Coucieiro: Alunos ficaram à porta



O número de alunos (24) e as boas condições da escola ao nível de equipamentos, alimentação saudável e segurança são motivos que levam os encarregados de educação dos alunos da EB1 de Coucieiro a querer manter as crianças naquele estabelecimento de ensino, recusando a ida para o Centro Escolar Monsenhor Elísio Araújo, na freguesia de Pico de Regalados, cujo início do ano lectivo está previsto para amanhã.

Depois do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga ter dado provimento a uma providência cautelar interposta pela comissão de pais (que visa impedir o encerramento da escola), as crianças, acompanhadas pelos adultos, compareceram ontem de manhã no estabelecimento de ensino, mas o professor não apareceu.

Boas condições

“Os pais não querem que a escola encerre porque a escola tem boas condições e sabemos que aqui os miúdos ficam bem entregues”, disse ao ‘Correio do Minho’ a porta voz da Comissão de Pais e Encarregados de Educação dos alunos da Escola Básica do 1.º Ciclo de Couci-eiro.
“O que nos preocupa é saber que as nossas crianças, de 5 anos, vão estar juntas com as crianças do 9.º ano, sem haver divisões entre eles”, salientou Rosa Martins.

“O juiz se nos deu razão é porque algumas coisas encontrou” e por isso “temos o direito de trazer os nossos filhos à escola”, atirou Armanda Araújo, mãe de um menino de 8 anos que frequenta a EB1 de Coucieiro, garantindo que “ainda não nos disseram nada sobre os transportes”. “Estamos muito satisfeitos com os auxiliares e professores e os nossos meninos saem daqui bem preparados”, salientou, assegurando que “enquanto tive rmos razão do tribunal vamos voltar todos os dias aqui com as nossas crianças porque estamos sossegados e em paz com os nossos filhos aqui”.

Fernanda Cunha e Carina Gonçalves foram ontem levar os seus filhos à escola e esperaram pelo docente, mas sem sucesso.
“Vamos voltar amanhã” (hoje) garantiram ao ‘Correio do Mi-nho’, afirmando que não querem tirar os filhos da EB1 de Coucieiro.

É uma injustiça

“Esperamos que o Ministério da Educação respeite o que o tribunal decidiu e que mande para cá os professores para que os nossos filhos não se atrasem nas aulas”, desejou Reinaldo Pereira, lamentando que “uma escola com todas estas condições feche”. “É uma injustiça”, considerou.
Entre as crianças a opinião é unânime: “queremos ficar aqui porque gostamos desta escola”.

O presidente da Junta de Freguesia de Coucieiro, José Pimentel, manteve-se “ao lado dos pais” neste processo. “Tivemos várias reuniões com o município mas esgotaram-se todos os meios diplomáticos porque a autarquia diz que não há volta a dar”, destacou o presidente da junta.
Contactada pelo ‘CM’, a vereadora da Educação na Câmara Municipal de Vila Verde realçou que “a câmara não tem qualquer competência no encerramento de escolas”.

Júlia Fernandes avançou que “o tribunal ainda não se pronunciou sobre o recurso que o Ministério apresentou, dia 10, junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga”, restando esperar pela decisão.
“Enquanto isso não acontecer o ano escolar destas crianças fica comprometido”, lastimou. Fonte Correio do Minho por Vera Batista Martins

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