Vila de Prado: GNR bate à porta dos idosos



Maria do Rosário, ou D. Mariquinhas, como é conhecida, recebe os dois elementos da GNR de Prado e o presidente da junta de freguesia local em sua casa com um sorriso. A conversa faz-se das dificuldades do dia-a-dia. D. Mariquinhas, de 75 anos, tem a seu cargo três netas, com idades entre os 4 e os 10 anos, e admite que o dinheiro da sua reforma e do marido não chega.
“Às vezes, vou à farmácia buscar fiado e à mercearia também” conta esta avó, que ficou com as netas para impedir que fossem para uma instituição.

D. Mariquinhas é um dos mais de 400 idosos que já foram contactados por militares do Posto Territorial (PTER) de Prado ao abrigo da iniciativa ‘+ 65’, que congrega a Junta de Freguesia de Prado e a GNR.
O ‘Correio do Minho’, acompanhou o presidente da Junta de freguesia, Rui Pedrosa, e dois militares da GNR de Prado que têm levado, não só segurança, mas algum alento a quem vive com dificuldades.

É o caso da D. Mariquinhas que não recebe um cêntimo por ter as netas a cargo, há mais de quatro anos, e reconhece que aceitaria algum apoio alimentar.
Depois desta visita, a família passou a receber algum apoio a este nível, assegurado pela equi-pa das Conferências Vicentinas.
Num verdadeiro policiamento de proximidade, a GNR ausculta o sentimento de segurança das pessoas e deixa em cada casa visitada um panfleto informativo com conselhos para prevenir burlas e outros crimes de que os idosos são alvos preferenciais.

Ficam também os contactos a que as pessoas podem recorrer em caso de necessidade, com os telefones da GNR de Prado, da Cruz Vermelha de Prado e dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde.
É com lágrimas nos olhos que António Fernandes, reformado e com 80 anos feitos, dá conta dos seus problemas ao guarda Morais e à guarda Gonçalves à porta da sua velha casa, mesmo no centro da vila de Prado. “A gente recebe aquele bocadinho ao fim do mês. Paga o aluguer, paga tudo e fica-se logo sem dinheiro” relata com a voz embargada.

O octogenário vive com um neto de 25 anos que e stá desempregado e tem problemas de toxicodependência. Tem dificulda-des de audição e precisava de um aparelho, mas também regista carências económicas.
A GNR participou o caso às entidades competentes.

E como não é todos os dias que se ‘apanha’ na rua o presidente da junta e a GNR, juntos, há quem aproveite para apresentar outras queixas. A vizinha de António Fernandes relata vários problemas, mas percebe também que “a Guarda não está só para multar, está para ajudar” e, nessa missão, tem andado a bater a centenas de portas.

‘+ 65’ traz à luz problemas sociais

Outra casa, mais problemas sociais é o que encontram os militares da GNR e a Junta de Fre-guesia de Prado que têm levado a iniciativa ‘+ 65’ ao terreno.
João Vieira, de 72 anos, tem a esposa acamada há cinco anos com as pernas amputadas. Os gastos com medicamentos são muitos numa casa onde vivem o casal, um filho (também reformado) e um neto a cargo.

João Vieira conta com apoio domiciliário, ao nível das refeições e higiene, mas é pago à sua custa. Por isso, desabafa: “se me derem uma pequena ajuda, eu agradeço”.
“Uma pequena ajuda” é o que esperam a D. Mariquinhas, o Sr. António e o Sr. João, agora que as carências estão a nu.
O presidente da Junta de Freguesia de Prado, Rui Pedrosa, explica que a autarquia quer ajudar os idosos mais necessitados e a iniciativa ‘+ 65’ “é uma forma de conhecer as carências que existem”.

O papel da junta de freguesia e também da GNR tem sido encaminhar as situações para as diferentes entidades.
No caso de António Fernandes, estão a ser feitas diligências junto do Centro Distrital de Segurança Social para comparticipar um aparelho auditivo, revelou Rui Pedrosa ao ‘Correio do Minho.

A Junta de Freguesia de Cabanelas também já abriu a porta à iniciativa '+ 65' que também avança nesta localidade da área de intervenção do PTER de Prado da GNR.
Em Cabanelas, a acção deverá chegar a meio milhar de idosos. Fonte Correio do Minho por Teresa M. Costa

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