Cinco cidadãos de nacionalidade ucraniana e um bielorusso vivem, há cerca de dois anos, em situação de miséria no concelho de Vila Verde.
Vieram para Portugal há mais de seis anos para trabalhar e arranjaram emprego, mas hoje não têm trabalho, não têm uma casa condigna, dinheiro nem tão pouco amigos. O que lhes tem valido, na luta diária pela sobrevivência, é a ajuda de uma vizinha que não consegue calar a voz perante a situação em que os homens se encontram.
Enfermeiro, camionista e massagista na Bielorússia e na Ucrânia vivem hoje sem recursos para sequer se poderem alimentar, em casas desabitadas, totalmente degradadas. Costumam pedir para comer mas “quem os ajuda ainda lhes dá coisas podres”, realça a dona Ana que convive de perto com os imigrantes.
A vilaverdense, pelos seus próprios meios, já tentou encontrar solução para os homens, mas as tentativas revelaram-se infrutíferas.
“Fui à câmara de Vila Verde e mandaram-me ir a Braga, à Cruz Vermelha”, conta dona Ana, recordando que uma médica do Centro de Saúde lhe indicou o Centro de Apoio ao Emigrante.
“Eu já passei miséria antes de me casar e custa-me ver isto”, contou, com revolta, ao ‘Correio do Minho’.
Ana é, neste momento, a única pessoa que se tem interessado em ajudar os ucranianos com idades entre os 35 e os 55 anos.
“Sou eu que lhes dou de comer e lhes lavo a roupa”, dasabafou, lembrando que “há dias, se não levasse um deles ao médico e não lhe comprasse os remédios, a esta hora estava morto de tão fraco e doente que se encontrava”. A situação repete-se, dia-a-dia, há mais de um ano.
Adelino Machado, da Divisão de Educação e Promoção Social na câmara de Vila Verde, disse ao ‘CM’ não conhecer a situação. Contudo, afirmou que quando a autarquia é procurada por cidadãos estrangeiros, legais no país, os serviços autárquicos “tentam ajudar realojando-as em habitação social, em caso de disponibilidade, ou encaminhando-os para a Segurança Social”.
No caso das pessoas ilegais no país, há “um encaminhamento para o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras”.
Mas, “se se comprovar que a pessoa está sem comer, logicamente que tentamos comunicar com as IPSS’s do concelho para que seja prestado auxílio temporário de primeira necessidade”, assegurou o responsável. Fonte Correio do Minho por Vera Batista Martins
3 comentários:
É sempre mais fácil desconhecer as situações que procurar resolver. NÃO ESQUECER : POBRE NÃO DÁ VOTO!!!!
o que se quiz dizer no comentário anterior é que por vezes pensamos que a pobreza por vezes não dá votos , devido à tanta miséria a que assistimos no nosso quotidiano. Felizmente a politica do nosso concelho em matéria de habitações socias é proactiva, exemplo disso é o projecto de construção de habitações sociais que a autarquia idealizou que é de salientar, mas infelizmente também temos cidadãos estrangeiros carenciados que necessitam da ajuda de todos nós cidadãos e não só das autoridades competentes. Todos devemos agir para tentar ajudar quem necessita, desconhecer não é solução, procurarmos saber sim, é dar um passo de humanidade na tentativa da soluçao.
alertar estas situações que ocorrem na nossa sociedade é um dever de todos nós, de modo a que as autoridades competentes possam agir, uma vez que nem sempre são conhecedores de tal facto. A pobreza e a exclusão social ainda é um problema da nossa sociedade e de difícil resolução, os meios disponibilizados são reduzidos e existem inúmeras entidades vocacionadas para o efeito, que por vezes o cidadão comum não sabe a quem se dirigir, contudo creio que as autarquias fazem o melhor muitas vezes com tão poucos meios, em matéria social, por isso muitas vezes parece que o nosso governo se esqueçe que os pobres também votam, ajudem mais as nossas autarquias pois elas é que estão mais perto das populações, só assim é que podem identificar os problemas e encontrar soluções. Já agora, parabéns para quem com persistênçia lutou pela instalação de uma empresa de elevada dimensão no concelho, procurando soluções para os desempregados e carenciados do concelho, quem sabe também para os estrangeiros residentes no concelho uma solução.
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