Loureira: Emigrante assassinado com tiro pelas costas


Um jovem emigrante, de 35 anos, foi assassinado a tiro, na madrugada de ontem, na freguesia de Loureira, concelho de Vila Verde, quando fazia o percurso entre o café e a casa dos pais.

A vítima, Jorge Felicidade, saiu do café, que costumava frequentar, por volta das 23H30, a menos de meio quilómetro da casa dos pais, mas acabou por tombar pelo caminho depois de ter sido baleado por um indivíduo com quem discutiu e com quem se envolveu num confronto físico.
Idalina, moradora perto do local onde o crime aconteceu, na Rua Francisco Sá Carneiro, foi acordada pelo barulho da discussão, por volta das 23H45. Quando espreitou pela persiana, assustada, estava longe de imaginar o desfecho.

A testemunha relatou ao ‘Correio do Minho’que ouviu as vozes alteradas de dois homens, em frente à sua casa, que acabaram por envolver-se num confronto físico.
Idalina ficou chocada com a agressão violenta de que foi vítima Jorge Felicidade e que culminou com três disparos de uma arma de fogo.
A testemunha ouviu dois tiros seguidos e, segundos depois, um terceiro disparo.

As únicas palavras que Idalina conseguiu perceber com clareza foram: “dá-me a carteira”.
São estas palavras que sustentam a tese de que Jorge Felicidade terá sido alvo de uma tentativa de assalto e resistiu, acabando por ser alvejado nas costas.
A ser verdade, o assaltante fugiu antes de consumar o roubo, já que a vítima estava na posse da carteira com cerca de 200 euros em dinheiro, quando as autoridades chegaram ao local, confirmou ao ‘Correio do Minho’ fonte policial.

O móbil do crime não é confirmado pelas autoridades.
A investigação está a cargo da Polícia Judiciária que ontem mesmo esteve no local e recolheu testemunhos.
Depois dos disparos - ao que tudo indica de uma arma de calibre .22 - o agressor fugiu a pé pela Rua Travessa da Ponte Nova.

Alvejada, a vítima ainda caminhou em direcção a casa dos pais e, segundo o relato da testemunha, terá andado cerca de cem metros, antes de tombar junto ao portão de uma casa.
Jorge Felicidade ainda estava vivo quando os Bombeiros Voluntários de Vila Verde chegaram ao local, mas entrou em paragem cardio-respiratória e, apesar das inúmeras manobras de reanimação, acabou por falecer no local.

Na Loureira, o clima era ontem de consternação. Porque é uma terra pacata, abalada pela violência da tragédia, e porque não se conheciam inimizades à vítima.
Emigrante em França, Jorge Felicidade estava de férias na casa dos pais e tinha regresso marcado para hoje.
O proprietário do café onde ele parava diz que não consegue compreender. Fala de “um jovem espectacular”, que já conhecia de França e que nunca viu “em zaragata, nem em problemas”. Fonte Correio do Minho por Teresa M. Costa

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