Aboim da Nóbrega: Emigrante em França assassinado num bar


Dois emigrantes portugueses foram ontem, pelas 05h30, assassinados a tiro no restaurante-bar La Malaga, em Saint Laurent d’Oingt, localidade a cerca de 40 km de Lyon, em França. Os proprietários do estabelecimento, Domingos da Costa Rocha, de 57 anos, natural de Aboim da Nóbrega, Vila Verde, e Amélia, também com a mesma idade, natural do concelho da Covilhã, são as vítimas mortais.

Uma cliente do restaurante, também portuguesa, foi golpeada na garganta com uma garrafa partida, sendo transportada para o Centro Hospitalar de Villefranche-sur-Saône, onde, após intervenção cirúrgica, se manteve em estado crítico até ao fecho desta edição. Desconhece-se a identidade desta terceira vítima da madrugada fatídica em Saint Laurent d’Oingt.

De acordo com o que o CM apurou, o autor dos tiros e da agressão é também português. Elisabete Soares, sobrinha de dono do La Malaga, recebeu desde França a notícia de que o presumível homicida será “um transmontano de 32 anos que já foi detido pela polícia”. O suspeito foi interrogado pelas autoridades francesas às quais confessou a autoria dos assassinatos.

Os contornos dos crimes ainda não estão totalmente esclarecidos, tal como admitiu o procurador de de Villefranche-sur-Saône, Francis Battut, à France Info. “Poderá ter-se tratado de uma rixa de final de noite ou de um ajuste de contas. Ainda não o sabemos”, admitiu.

Entre a família de Domingos Rocha, em Aboim da Nóbrega, Vila Verde, distrito de Braga, era natural o choque. “Não compreendo. Era um homem que não fazia mal a ninguém e não merecia isto”, disse a sobrinha Elisabete.

"DEVO-LHES TUDO O QUE TENHO"

Chocado. Assim se definiu Vítor Fernandes, de 26 anos, também natural de Aboim da Nóbrega, Vila Verde, e que foi para França pelas mãos de Domingos e Amélia. “Trabalhei como cozinheiro no restaurante deles durante cerca de sete anos. Aprendi bastante com os meus antigos patrões e devo-lhes tudo o que tenho”, contou ao CM. Actualmente, Vítor é dono do seu próprio restaurante, em Lyon, ao qual chamou de Le Braga em homenagem à cidade dos arcebispos. Tem a sua vida “muito bem encaminhada” graças a Domingos Rocha e ex-companheira. Duas pessoas de bem, sublinha. “Nunca soube de qualquer tipo de problema. O restaurante tinha grande sucesso, era mesmo dos mais conhecidos da zona. As pessoas adoravam a comida e o tratamento”, explica, acrescentando desconhecer mais pormenores do trágico incidente: “Quem me contou foi um cliente. Na altura, nem queria acreditar em tal tragédia”.

PAI DO ATIRADOR TELEFONOU À POLÍCIA

Foi o próprio pai do presumível homicida quem telefonou à polícia de Villefranche-sur-Saône para acorrer ao local, dando conta de “dois mortos”, revelou a Agência France Press. Apesar da chamada anónima, o familiar do suspeito viria a ser identificado pelas autoridades e admitiu prontamente a autoria da chamada. Já quanto ao homem de 32 anos que terá assassinado dois emigrantes portugueses, “não se encontrava muito longe do local do crime e revelou-se inofensivo na hora da detenção”, revelou à mesma agência o procurador de Villefranche-sur-Saône, Francis Battut. Este responsável, que preferiu não divulgar as identidades das vítimas, afirmou que o interrogatório ao principal suspeito deste duplo homicídio continuará durante a manhã de hoje. Fonte Correio da Manhã por Manuela Teixeira e Sérgio Pereira Cardoso


O "Blog Respire Fundo, está em www.vila-verde.net" envia os sentimentos à família das vítimas.

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