Vila Verde: Rotundas atrapalham trânsito


As derrapagens no chão denunciam acidentes. A justificação oficial da Direcção de Estradas de Braga, a respeito da construção de rotundas nas imediações de médias superfícies comerciais, em Barcelos e Vila Verde, alude ao melhoramento "das condições de ordenamento da circulação e induzir menor velocidade de circulação". Porém, há quem alegue que tais alterações vieram trazer mais conflitos à circulação, em vias de grande intensidade de viaturas. Há, também, quem sustente que essa seja uma estratégia de marketing das próprias superfícies comerciais. Afinal, os custos inerentes a ambas as obras foram suportados pelas superfícies comerciais. Paradoxalmente, essas arbitrariedades surgem em dois dos concelhos minhotos que mais resistências levantaram à implantação de hipermercados.

Em Gamil, Barcelos, a rotunda surge a poucos de um posto de abastecimento, numa zona usualmente congestionada, uma vez que a auto-estrada em nada retirou a intensidade de trânsito.

Em Vila Verde, a rotunda situa-se à entrada da vila e visou "minorar a perigosidade da circulação, limitando a velocidade numa zona central da zona urbana". Os protestos já se fizeram sentir, devido aos congestionamentos que se verificam em hora de ponta e ao fim-de-semana. "É o caos, porque fica tudo parado na rotunda e não há saída possível", disse Alexandre Barbosa, residente a poucos metros do local e que nem arrisca "tirar o carro da garagem", quando vê a confusão instalada.

Propostas de construção

"As propostas de construção já contemplavam as rotundas e seguiu as normas do diploma de licença emitido pela Direcção de Estradas", refere fonte deste organismo, dependente do Ministério das Obras Públicas.

Porém, essas "obras de arte" têm sido contestadas pelos automobilistas, uma vez que "a circulação afunilou, por causa de um negócio privado", descreve José Silva, habitante de Várzea, obrigado ao rodopio diário, sempre que vai e regressa do trabalho.

As dimensões da rotunda de Gamil estão, também, sob o alvo dos condutores de veículos longos. "Segundo os técnicos, a rotunda tem as medidas legais, mas trata-se de uma aberração. Constitui um fecho de estrada violento que provoca o rompimento de pneus e desgaste de material desnecessário", diz Manuel Carvalho, presidente do Núcleo dos Camionistas do Minho (Nucaminho). De resto, esta estrutura, que congrega centenas de camionistas, está a ponderar acções de contestação àquela rotunda e "outras na região que só causam transtornos aos profissionais da estrada".

Entretanto, ainda em Barcelos, está em construção mais uma rotunda, junto a uma outra superfície comercial, em Santa Eugénia. Fonte JN por Pedro Vila-Chã

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