Vila Verde: Resíduos a céu aberto em terrenos camarários




Vila Verde tem espaços que são autênticas lixeiras a céu aberto. O alerta foi dado por um habitante. A Câmara Municipal afirma não ter culpa, uma vez que tudo se deve principalmente à falta de civismo das pessoas envolvidas nos actos.

Vila Verde tem pelo menos dois casos de depósitos de resíduos a céu aberto. O alerta foi dado por Mário Silva, um habitante de uma das freguesias em causa.
Em declarações ao Correio do Minho, Carlos Silva informou que aquele terreno, situado entre as freguesias de Marrancos e Carreiras S.Miguel, “há mais de 12 anos que foi comprado, pela Câmara Municipal de Vila Verde para se construir um loteamento. O loteamento existe é verdade, em principio tem todas as condições, arruamentos, eletricidade, água, etc. O problema agora é que o local tornou-se numa lixeira a céu aberto e para piorar as coisas as estradas que ligam esta freguesia a Marrancos e Carreiras S. Miguel, nas bermas todos os dias é despejado todo o tipo de lixo.” Mário Silva continuou indignado, “É uma situação vergonhosa para qualquer cidadão desta freguesia como para qualquer outro que por aqui passe.

Existe, no entanto, um outro local nas mesmas condições, na Carvalhosa, onde são despejados semanalmente despojos de o- bras e demolições.
Contactado pelo Correio do Minho, o vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Vila Verde, António José Zamith desdramatiza a situação, dizendo que a culpa é principalmente da população. “Nós temos consciência de que existem depósitos de escombros de algum lixo que não são mais do que o reflexo da falta de respeito das pessoas pelo meio ambiente, e que nós tentamos combater.
António Zamith continua afirmando que “no que respeita a Carvalhosa, que é um terreno que pertence à Câmara, e no qual vai ser edificada uma escola nova, nós temos uma alternativa, que é vedar aquilo, mas é um custo não justificável, porque dentro de pouco começam as obras da escola”.

O que acontece é que aqueles depósitos são feitos à noite. Mas nós vamos remover todo aquele entulho. Só não o fizemos ainda porque estamos crentes que, removendo aqueles, os mesmos autores vão voltar a pôr lá mais, porque aquilo é essencialmente lixo de obra”, afirma o vereador.
Quanto a métodos para prevenir que estas situações se voltem a repetir, o responsável pelo pelouro refere que esteve recentemente em Espanha a visitar um ecoparque, que visa o tratamento de resíduos de obra e demolições, uma vez que “é efectivamente um lixo muito frequente, e os empreiteiros não têm revelado, infelizmente, grande respeito pelas obras ambientais e o que nós, neste momento, estamos a preparar, não por reflexo directo desta situação, mas porque achamos que é um problema que existe e que tem de ser tratado, é criar um circuito de recolha e tratamento desses resíduos.”
O vereador do ambiente diz acreditar que as pessoas que depositam o lixo nestes locais apenas o fazem porque “têm dificuldade em verem-se livres daquele tipo de lixo, e simplesmente escolhem espaços indevidos”.

No que diz respeito ao caso de Carreiras S.Miguel, o vereador admite que existe um loteamento na Portela das Cabras, onde tem havido já sucessivos problemas.
António Zamtith espera no entanto que a situação se resolva dentro de pouco tempo, até porque “a Câmara limpou há pouco tempo o espaço, em termos de vegetação. Só que é um espaço relativamente ermo e, mais uma vez, as pessoas acham que é um sítio de deposição fácil e barata”.
No final, o responsável pela pasta do ambiente deixou claro que “a Câmara está atenta a estas situações, simplesmente não há uma solução imediata, porque se trata de resíduos com algum volume e envolvem custos de remoção”.
António Zamith terminou a sua intervenção afirmando que “no fundo estas são situações negras mas que apenas reflectem um comportamento negligente dessas pessoas, e não podem ser imputadas à Câmara Municipal. A Câmara é a proprietária do terreno, está atenta e vai resolver o problema. Simplesmente, estamos a falar deste problema, porque pode sempre voltar a acontecer”. Fonte Correio do Minho por Mariana Pinto Ferreira

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