Vila Verde: Foles das tradicionais concertinas encheram Campo da Feira



O último dia da Festa das Colheitas, em Vila Verde, levou milhares de pessoas ao recinto da feira. O principal atractivo foi o Encontro de tocadores de concertinas, que animou, durante toda a tarde, todos aqueles que por ali quiseram passar.


Vila Verde viveu ontem o último dia da 15ª edição da Festa das Colheitas. Para este domingo de festividades, o Programa da Festas das Colheitas, Feira Mostra de Produtos Regionais reservou a “Missa das Colheitas”, que teve lugar pelas 11h00, e o X Encontro de Tocadores de Concertina, que aconteceu a partir das 14h30 e que foi o ‘prato principal’ da tarde.
A animação tradicional, com jogos, malhada e espadelada, completaram o último dia da Festa das Colheitas.
O Encontro de Concertinas encheu por completo o Campo da Feira de Vila Verde, trazendo consigo um aroma a festa e a folclore que todos esperavam.

Sendo um dos pontos altos da programação e vindo de um ano anterior onde foi batido o recorde do Guiness, era de esperar uma grande alfuência de tocadores. Tal aconteceu, e o recinto encheu-se de sons provenientes dos diversos grupos que por ali ensaiavam à espera da sua vez de subir a palco.
E como a concertina é mesmo uma paixão, há que começar de pequenino. Que o diga Ana Margarida, de 9 anos, que diz que a concertina é pesada, mas que é um instrumento muito bonito. “Não é difícil tocar concertina, e principalmente porque eu gosto.” Embora não tenha ninguém na família a tocar concertina, o gosto pelo instrumento vem de sempre, sendo que foi ela mesma que pediu para ir para a escola aprender a tocar concertina.

Também Sandra, de 14 anos começou a tocar há pouco tempo, cerca de um ano e meio, mas já adora tocar. “Quem me aliciou a aprender foi o meu pai, mas ele não toca. Quem tocava era o meu avô e ele queria que eu tocasse também”.
Quanto a ser uma rapariga no meio de tantos homens, Sandra diz que “é fixe” tocar com eles. “Eu adoro vir a estes encontros. Ando sempre com eles. E a tocar sou quase sempre a única rapariga. Mas conjugo bem a escola com a prática da concertina, refere orgulhosa.
Por sua vez, Manuel Fernandes, já mais velho, é um fã deste instrumento tão tradicional, embora também ele seja um tocador novo. “Só toco há um ano”, diz. “Tinha vários amigos nas concertinas que me chamaram para isto. Resolvi ir para a escola de concertinas, em Amares e estou a aprender. Estou a gostar, apesar de ser preciso muita paciência e ser um bocadinho complicado. O principal é conjugar as duas partes para dar a música certinha. Entrei nesta tradição porque é muito bonita”.

Armando Santos e o seu grupo, “Os Amigos do Armando”, foram os primeiro s a subir a palco e a dar música à multidão que se juntou para assistir ao espectáculo. Para ele, a concertina é uma paixão que já dura há 18 anos, quando começou a tocar, embora na altura as coisas não fossem fáceis. “Já comecei um pouquinho tarde, mas na altura não tive oportunidade de começar mais cedo. Nasci numa família numerosa, e não havia possibilidades de comprar o instrumento. Hoje, felizmente, há um grande progresso. Tenho ensinado algumas pessoas a tocar, outros me ensinaram a mim. E ainda bem que isto assim é hoje, porque as concertinas estavam a morrer e agora estão a renascer e com força”, afirmou.
Quanto ao resto do dia de ontem, foi preenchido com muita animação tradicional e com a prova dos produtos gastronómicos que foram aos variados concursos promovidos na edição de 2006 da festa. Fonte Correio do Minho por Mariana Pinto Ferreira

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