Vila Verde: "Aliança Artesanal soube ser inovadora e empreendedora"



Manuela Marinho, coordenadora do SATF às ONG’s da Comissão para a Igualdade e Direitos das Mulheres, elogiou o trabalho desenvolvido pela Aliança Artesanal, em Vila Verde, que mereceu o apoio daquele programa. A Aliança Artesanal “teve capacidade, através dos lenços de namorados, de inovar e de promover o empreendedorismo feminino”.
Ficam os Lenços, testemunhos calados de um tempo em que as mulheres ousaram ser feministas num tempo em que o termo ainda nem sequer existia” diz Adriano Basto

A Aliança Artesanal, em Vila Verde, foi criada com o intuito de estudar, investigar e reproduzir os Lenços de Namorados com o objectivo de apoiar as iniciativas de artesãos individuais, criar condições para apoiar o aumento do rendimento familiar ou a criação de novos postos de trabalho e apoiar a promoção de igualdade de oportunidade entre homens e mulheres. E soube-o fazer de forma “inovadora e empreendedora”.
Foi desta forma que Manuela Marinho, coordenadora do Sistema de Apoio Técnico Financeiro às Organizações não Governanmentais (SAFT às ONG’s) da Comissão para a Igualdade e Direitos das Mulheres e a Igualdade de Oportunidades e Trabalho, falou do trabalho “notável” desenvolvido pela instituição. Manuela Marinho, que falava durante o seminário ‘Os Lenços de Namorados’, adiantou que a Aliança Artesanal, promotora do encontro, “mereceu o apoio do programa porque conseguiu pegar numa coisa e inovar, criando novos produtos. Teve capacidade de inovar e de promover o empreendedorismo feminino”.

O SATF às ONG’s surgiu de um contrato-programa entre a Comissão e o Programa Operacional de Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS), medida 4.4, que promove a igualdade entre homens e mulheres, contribuindo para a concepção de políticas através de estudos, inquéritos, argumentos, bases de dados e outros instrumentos de investigação e análise, desenvolve estratégias globais e integradas que promovam a participação equilibrada dos homens e das mulheres na profissão, na vida familiar e no processo de decisão. “O SAFT às ONG’S quando começou a financiar este projecto não tinha ideia que se desenvolvesse desta forma. Na prática fazem mais do que o que escreveram no processo de candidatura. Conseguiram introduzir numa tradição uma grande inovação e hoje há criadores de moda de todo o país interessados nos lenços de namorados”, atirou Manuela Marinho.
As mulheres, de acordo com aquela responsável, “estão interessadas em aprender as profissões dos homens, ao contrário deles. Criou-se o sistema para a-poiar as organizações que pretendam trabalhar e apareceram quase 400 candidaturas. O programa apoiou 70 entidades, criando 294 postos de trabalho”.
O programa acaba este ano, mas Manuela Marinho frisou que “todos têm responsabilidade em continuar, independentemente do financiamento”.

Emancipação da mulher

O seminário teve como objectivo debater a importância da igualdade de género tomando como exemplo os ‘Lenços de Namorados’ um testemunho de emancipação da mulher num tempo e que estas não tinham direitos mas apenas deveres e obrigações.
Rui Silva, vereador da Cultura da Câmara Municipal de Vila Verde e presidente da Aliança Artesanal referiu, durante o encontro, que os lenços de namorados são “elementos de transmissão de conhecimento e história para enfrentar o futuro”.
E a Aliança Artesanal, acrescentou, “tem realizado um trabalho notável para o desenvolvimento do concelho. Muitas já foram as mulheres que criaram o seu próprio emprego. Conseguiu-se conciliar a tradição com a modernidade”. E o desfile, que se realiza hoje, “teve ano passado 40/50 inscrições, este ano dispararam para 70/80. Isto quer dizer que a temática já ultrapassa as fronteiras do concelho”.
Adriano Basto que fez uma tese de doutoramento sobre os ‘lenços de namorados’ na universidade do Vigo, em Espanha, salientou que os lenços de namorados são “a revolta e rebelia contra aquilo que estava estabelecido. A mulher do Minho chamou a si mesmo o papel de escolher o rapaz e de lhe pedir em namoro. Os lenços eram verdadeiras cartas de pano de amor. O lenço era o emissário de muitas mensagens e a ligação possível entre o homem e a mulher”. Fonte Correio do Minho por Patrícia Sousa

1 comentários:

ZGANDULO disse...

Sem dúvida uma excelente oportunidade para divulgar o nosso artesanato e divulgar além fronteiras.
A moda tomou conta também e bem!!!
No jantar de namorados eventado pela CM VVD com um concurso de criadores conhecidos nacionalmente e outros criadores do concelho, foi uma boa proposta para o futuro da nossa cultura e mão d'obra.
Bravo Vila Verde!!!