Moure: Filho de António perdeu a memória


António Viana, de 81 anos, residente em Moure, Vila Verde, foi surpreendido pela calada da noite por uma faca ambiciosa. Foram desferidos inúmeros golpes pelo corpo todo, que lhe provocaram a morte. O filho, que dormia na cama ao lado, levou pauladas suficientes na cabeça para perder parte do tino e branquear recordações da noite do crime. Este último, de 40 anos, esteve em coma um par de meses e, na altura, houve quem conjecturasse uma eventual ligação, ainda que involuntária, ao sucedido, o que não só nunca foi provado, como agora é peremptoriamente recusado. "Ele trabalhava e tudo", diz Maria Augusta, dona do Café Parada. "Trabalhava... mas à tarde. A manhã passava-a toda na cama", remata o marido, José Lopes.
Depois da estada no Hospital de S. Marcos, Manuel Viana era "aguardado" pela Judiciária para que pudesse ajudar a esclarecer tudo. Mas as investigações, por enquanto, não se traduziram em qualquer detenção.
O filho, sobrevivente de mais um homicídio macabro, nunca mais voltou à pequena casa onde tudo aconteceu. "Aquilo mais parece uma corte de animais", conta uma vizinha, revelando que o enigma só ainda não se resolveu "porque não houve grande pressão para isso". "A única testemunha está debaixo da terra", atirou, revelando que o filho do octogenário morto "sempre teve tino", tendo como única deficiência a falta de visão num olho, ditada pelo rebentamento de uma bomba de Carnaval. Mas as melhoras de saúde nunca se traduziram numa pista fidedigna. "Ficou esquecido, com brancas de memória", conclui José Lopes. "Uma vez, encontrei-o na rua e ele viu um bando de ciganos e desatou a gritar, enquanto puxava por mim, para eu fugir. Não sei o que lhe veio à memória", assegura, por seu turno, a vizinha. Manuel Viana está, actualmente, num lar em Revenda, no mesmo concelho.
Em Moure, a teoria de assalto foi a mais falada, tendo em conta tudo o que já havia padecido o mesmo idoso. Houve até quem julgasse que o(s) assassino(s) tinham sido avisados de que António tinha recebido dinheiro por aqueles dias. Fonte JN

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