Lage: GIOE da GNR vai de Lisboa a Braga/Vila Verde para combater tráfico (Via JN)




Três homens e uma mulher foram detidos, ontem, em Braga e Vila Verde, no âmbito de uma mega-operação de combate ao tráfico de droga que envolveu elementos do Grupo de Intervenção e Operações Especiais (GIOE) da GNR, vindos de Lisboa.
O inquérito decorria há quatro meses, no Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da GNR de Braga, tendo as diligências para recolha de provas sido dificultadas pelas características físicas do local de tráfico, quer pelas precauções que o grupo de traficantes adoptava.
Apesar de serem jovens (com idades entre 18 e 24 anos), os alegados traficantes revelaram, durante o período de tempo em que estiveram sob vigilância, uma organização acima da média, com atenção para pormenores que normalmente são menosprezados.
Ontem, o relógio ainda não assinalava as 9 horas e o Bairro de Santa Tecla, em Braga, despertava entre a bruma. A carrinha com os elementos do GIOE pára em frente ao Bloco 3 e logo as forças especiais avançam, munidos das mais altas tecnologias (ver caixa). Acto contínuo, uma carrinha da GNR e outra da PSP seguem o exemplo e de lá saem guardas armados e de cara tapada por passa-montanhas. Os moradores mais madrugadores refugiam-se em casa, até porque estas operações são habituais naquele bairro social de Braga. Do outro lado do passeio juntam-se grupos de moradores e alguns consumidores que viram o “ritual” diário estragado.
Um apartamento do rés-dochão foi passado a pente fino e os elementos do GIOE abandonam o local, regressando a Lisboa. Mais uma intervenção rápida e ef iciente, sem que alguém se apercebesse do uso da força.
Em simultâneo, na freguesia de Lage avançavam outros elementos. Três residências foram vistoriadas, ante a surpresa (ou não) dos vizinhos. “Já encontraram alguma coisa? Se apanharem droga lixem-no”, dizia um morador da Rua Goja Carregosa. Mas havia também quem não alterasse o quotidiano. “Estais assustadas? Não é nada convosco”, dizia uma moradora para as oveNa recolha de provas, o NIC de Braga recorreu a diferentes meios, entre a audição de testemunhas, vigilâncias e escutas. A grande dificuldade desta operação residiu na vigilância no bairro de Santa Tecla, por ser um beco sem saída que impedia a circulação dos elementos do NIC à paisana e por haver diversos “vigilantes”.

No final da operação, a contabilidade apontava para a apreensão de 400 doses de haxixe, 460 de heroína, duas armas brancas, quatro pistolas 6.35 milímetros, duas armas de alarme, 60 munições 6.35 mm e munições .32 mm (usadas em revólver). Fruto de receptação foram apreendidos dois LCD e várias peças em ouro. Foram recolhidos 14 telemóveis e 388 euros em dinheiro, alegadamente provenientes da venda de droga. Munidos de aríetes e sistema pneumático de arrombamento, introduziram-se no apar tamento, sem qualquer ruído audível do exterior. O recurso a este grupo verifica-se sempre que há suspeitas de existência de por tas blindadas ou outros sistemas de protecção. Em casos extremos, os GIOE recorrem a detonações.

Fonte JN por Pedro Vila Chã

0 comentários: