Portugal: Reportagem do jornal Público sobre a vespa asiática que ainda sobrevive em Portugal, relembrado o caso do homem mordido mortalmente em Vila Verde




Reportagem do jornal Público sobre a vespa asiática que ainda sobrevive em Portugal, relembrado o caso do homem mordido mortalmente em Vila Verde:


Há várias percepções exageradas sobre as vespas-asiáticas, já designadas, em notícias, “vespas assassinas”, e descritas como sendo enormes, como se o tamanho acima do “normal” fosse algo comum apenas em espécies estranhas ao nosso meio ambiente e indiciasse, desde logo, um comportamento mais violento. O entomólogo José Manuel Grosso-Silva assinala que a Vespa crabro, também comum na Europa, é maior do que a sua “prima” do Sudoeste Asiático. E nota que estas não são mais agressivas do que os parentes que temos por cá. Mesmo quando comparadas com abelhas. 
Quase todos os anos há incidentes, alguns resultando em morte, com abelhas ou vespas-comuns, no nosso país. Se uma colmeia é atacada, estas defendem-se. Numa das suas pesquisas sobre a vespa-asiática, no apiário de um amigo, o biólogo da Universidade do Porto capturou uma predadora que já levava uma abelha de uma colmeia, que salvou. Mas o facto é que a abelha se sentiu atacada por um predador ainda maior e acabou por picá-lo na testa. 
Este ano, em Junho, um homem de Vila Verde morreu na sequência de picadas, porque, inadvertidamente, quando jardinava, incomodou uma colónia de Vespa velutina instalada num ninho que não estava no topo de uma árvore, como habitualmente, mas numa sebe. O problema, explica o biólogo da Universidade do Porto, é que aquela que é também conhecida como “vespa-das-patas-amarelas” é mais social do que outras espécies de vespas, e defende como pode o seu ninho, perseguindo o atacante. 
O risco depende mais da reacção habitual da pessoa às picadas do que destas, propriamente ditas. É certo que a vespa é grande, e que o ferrão tem mais veneno, mas João Valente, da Associação de Apicultores do Norte, já foi picado na mão, em simultâneo, por três espécimes da velutina, e o máximo que lhe aconteceu foi uma dor algo mais intensa e um inchaço também maior. Mas num “ataque” de uma colónia inteira, as consequências serão, obviamente, mais graves.


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