Pires
A Vila de Prado, Vila Verde volta a receber, no próximo dia 20, a tradicional ‘Feira dos Vinte’ - um certame que se realiza na freguesia há centenas de anos.
A modernidade não tirou fulgor a um evento que continua a atrair milhares de visitantes à margem direita do rio Cávado e que tem na venda e troca de gado o seu grande ex-líbris.
“A tradição não tem perdido força, temos cada vez mais gente. Recebemos pessoas de vários pontos do país, como Santarém ou Golegã, e mesmo de Espanha”, afirma o presidente da Junta de Freguesia de Prado, Paulo Gomes.
A grande novidade da edição deste ano é a presença de grupos de cantares ao desafio espalhados pela feira, entretendo e animando os visitantes, que podem desfrutar de música tradicional minhota enquanto passeiam ou fazem negócio. “Acreditamos que isto irá potenciar as trocas comerciais, deixando as pessoas mais motivadas e bem dispostas”, refere Paulo Gomes.
A autarquia pradense procurou preservar as tradicionais trocas e vendas de gado (sobretudo bovino e cavalar) sem descurar as directivas impostas pela legislação actual, numa harmoniosa ligação entre a tradição e a contemporaneidade. No que toca à organização propriamente dita, à semelhança do que vem sucedendo ao longo dos últimos anos, haverá um percurso delineado de para facilitar a circulação das pessoas, pontos de água para o gado e mantém-se a colaboração com a Direcção Geral de Veterinária para controlar a ent rada do gado no recinto.
Mas nem só do gado vive a feira. A diversidade de produtos é garantida e a animação também, fazendo com que o Largo de S. Sebastião se torne um local por excelência para o convívio e a confraternização.
Outro dos grandes atractivos continua a ser a noite de 19 para 20, também conhecida como a ‘noite das provas’, já que os agricultores apresentam o ‘vinho novo’ que será degustado pelos visitantes, tradicionalmente acompanhado por um prato de papas de sarrabulho.
Mas não faltam alternativas para quem não apreciar as papas, já que há grande adesão por parte dos restaurantes e tasquinhas da vila. “Há restaurantes com a sala totalmente reservada desde Novembro”, garante o presidente da Junta de Prado, que espera cerca de duas centenas de cabeças de gado no certame. “Isto se S. Pedro não resolver pregar uma partida, já que as condições climatéricas também acabam por influenciar a afluência ao evento”.
Diz a voz do povo que a ‘Feira dos Vinte’ remonta ao séc.XIV, altura em que D. Dinis era soberano da nação, versão que é corroborada num livro de Elídio Abreu (editado em 1955) onde se pode ler que as suas origens remontam ao ano de 1307. A Feira dos Vinte recebeu o nome pelo facto de se realizar anualmente ao dia 20 do mês de Janeiro. Apesar de lá serem comercializados vários tipos de produtos, a agricultura tem papel de destaque e o gado é o ex-líbris.
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