Marrancos: Museu do Linho celebrou o 1º aniversário e quase 2000 visitas recebidas!


Mais de centena e meia de pessoas juntaram-se hoje para cantar os parabéns pelo 1º aniversário do Museu do Linho, em Marrancos, e assistir à maior Espadelada jamais feita no âmbito de Na Rota das Colheitas, a programação que celebra o universo da ruralidade, em Vila Verde.


A atividade foi protagonizada pelas mulheres da Associação Recreativa e Cultural de Marrancos (ARCM), alegrada por cânticos dedicados ao linho, acompanhados de concertinas. Entre as mais de cem pessoas encontravam-se o presidente do Município de Vila Verde, Dr. António Vilela, o vice-presidente Dr. Manuel Lopes, a vereadora da cultural, educação e ação social, Dra. Júlia Fernandes, para além da presidente da Junta de União de Freguesias de Marrancos e Arcozelo, Dra. Anabela Fernandes e o presidente da ARCM e grande mecenas do Museu do Linho, Sr. Abílio Ferreira.

A atividade desenvolveu-se no edifício da Junta de Freguesia, anexo ao do Museu do Linho, por causa das instáveis condições climatéricas, mas que possibilitou uma ótima visibilidade da estrada nacional que liga os concelhos de Vila Verde e Ponte de Lima.

Entre os visitantes encontrava-se um grupo de convivas vindos da zona de Lisboa, guiados por José Machado, de Braga, estudioso e investigador da cultura popular portuguesa. Com destino à romaria da Sra. Da Peneda, José Machado, um ‘velho amigo’ da associação, fez um desvio a Marrancos para mostrar aos seus convidados o único museu do país exclusivamente dedicado ao linho e a recriação de tão rara e rica prática agrícola.

Domingos Serpa dos Santos, um dos visitantes, mostrou-se maravilhado: “ tinha conhecimento descrito desta atividade através da minha sogra transmontana, mas apenas de algumas fases. Isto é uma tradição absolutamente extraordinária, que é preciso não deixar perder. É preciso que haja muitos ‘senhores Abílios’ e continuadores deste trabalho. De facto, é a alma viva de um povo que aqui está”. O que mais maravilhou este lisboeta foi “a constatação de que era uma atividade extremamente trabalhosa, e outro aspeto interessante, o caracter genuíno destas confraternizações sociais.”

Este empresário lisboeta foi um dos quase dois mil visitantes que o Museu do Linho recebeu no primeiro ano de atividade. Para Abílio Ferreira, o principal impulsionador do Museu do linho, através da cedência do precioso espólio que compõem este núcelo, “a aposta está ganha”.

“Eu nunca pensei que ia ter a aceitação que teve. Para mim até foi algo cansativo, porque só me comprometi em ter as portas abertas ao sábado e ao domingo, mas as solicitações recebidas durante a semana foram muitas. E foi com muito gosto que conduzi essas visitas”, referiu o presidente da Associação RC Marrancos.

Através das redes sociais e dos Media, os visitantes tinham conhecimento deste museu e a curiosidade fazia-os querer ver ao vivo todo este manancial de conhecimento popular. “Vieram grupos organizados, pessoas que viram pela internet. Muitos professores, lares de terceira idade, escolas… Até hoje não tive reações negativas, todos saem maravilhados”, acrescentou o Sr. Abílio.

Para o presidente do Município de Vila Verde, que assumiu o compromisso de criar este núcleo museológico na primeira edição da espadelada do linho, organizada no âmbito desta Rota, em 2010, “este museu tem uma missão muito particular que é fazer as pessoas vivenciarem aquilo que esta atividade aqui hoje recriada mostra”. Dr. António Vilela congratula “todos os que trabalharam em prol deste museu ao longo do último ano e que tornaram reais as milhares de visitas recebidas”. O presidente do executivo mostra o seu entusiasmo em relação às tradições rurais apontando novas metas: “Possivelmente será preciso criar de futuro novas dinâmicas para promover ainda mais este espaço”.

Outra visita recebida foi a dos ‘Mascarados sem Juízo’ que espalharam boa disposição com as suas atitudes provocatórias. Momentos depois cantaram-se os parabéns ao Museu do Linho, com um bolo a fazer lembrar um ‘lenço de namorados’ e com uma quadra típica, que emocionou particularmente a presidente de junta local, Anabela Fernandes: ‘Aqui tens meu curação e a chabe pró abrir. Num tenho mais que te dár nem tu mais que me pedir’.

“Vão desculpar-me a comoção, esta era a quadra que estava bordada na camisa do meu falecido sogro, uma pessoa que também contribuiu muito para esta terra e que deixa muita saudade”, justificou a autarca. António Robolo foi vice-presidente e um dos fundadores, juntamente com. Abílio Ferreira, do Rancho Folclórico de Marrancos e faleceu há seis anos, data que se completa na próxima semana. Uma alegre homenagem também lhe foi prestada.

Na Rota das Colheitas prossegue no próximo fim-de-semana com a Agridoce – Feira de Agricultura e Doçaria de Cabanelas e o Fim-de-Semana das Papas de Sarrabulho e Rojões à Moda do Minho, no Restaurante do Alívio, em Soutelo.

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