Percursos previstos na revisão do PDM 2014 (via Braga Ciclável)
Cerca de 100 mil habitantes de Braga (mais metade dos habitantes do concelho) terão uma ciclovia à porta quando passar à prática o plano que a Câmara da cidade minhota está a ultimar e que amplia a construção de uma rede de 76 quilómetros de vias exclusivas para bicicletas.
A notícia vem na edição desta segunda-feira do jornal Público e revela que a decisão – caso se concretize,embora não se conheça a data em terminará o projeto – multiplicará por dez os atuais 7,9 km de ciclovias existentes na cidade. A distância máxima a que vai ficar a residência de qualquer habitante de Braga de um troço da rede ciclovias serão 300 metros, indicam os estudos realizados.
Um grande corredor ciclável em torno de Braga, entre o sopé do Bom Jesus e a zona industrial de Ferreiros, será um dos eixos da rede de ciclovias, pelo qual será possível cobrir o eixo central da cidade – entre a estação ferroviária e o campus da Universidade do Minho – e incluir o centro histórico e as principais zonas habitacionais.
O vereador do Urbanismo da autarquia bracarense, citado pelo jornal, admite que o projecto “não é fácil” de concretizar numa cidade que “até há bem pouco tempo não tinha uma faixa exclusiva de transportes públicos e grandes dificuldades de espaços cicláveis”. Mas essa é uma das suas prioridades para os próximos anos, ainda que Miguel Bandeira reconheça que é preciso “um salto em termos de mentalidade” para promover o uso da bicicleta na cidade, garantindo um convívio seguro com os automobilistas.
O projecto da Câmara de Braga está a ser ultimado para ser candidatado a fundos comunitários assim que sejam conhecidas as regras do próximo quadro de apoio. A necessidade do investimento tornou-se evidente face à procura crescente pela bicicleta. Em três anos, o número de utilizadores regulares de velocípedes aumentou quatro vezes – em 2011, havia 196 ciclistas, agora são 724 –, sinal de que começaram a perceber o potencial da cidade neste domínio. Braga é relativamente plana, com a maioria das inclinações inferior a 3%.
A intenção da autarquia é elogiada por Mário Meireles do blogue Braga Ciclável – que, no final do ano passado, recebeu o Prémio Nacional da Mobilidade em Bicicleta: “Não só é muito positivo que a câmara esteja a pensar nisto, como é perfeitamente possível atingir esses objectivos”, defende. A ideia de uma cidade plana e perfeitamente adaptada ao uso da bicicleta tem sido defendida neste blogue nos últimos dois anos. Agora são os políticos “que já se aperceberam deste potencial”.
Meireles dá exemplos das cidades espanholas de Sevilha e San Sebastián para dizer que acredita que a criação da nova rede ciclável na cidade pode ser o primeiro passo para uma “explosão” do uso da bicicleta em Braga: “O que percebemos doutras experiências europeias é que o aumento da utilização da bicicleta começa sempre por ser ligeiro, mas quando há uma aposta numa rede segura, directa e cómoda, acontece um boom”.
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