O presidente da Câmara de Vila Verde, António Vilela (PSD), manifestou hoje "indignação" pela não inclusão da variante à sede daquele concelho na lista dos projetos rodoviários prioritários para o país e garantiu que lutará pela sua construção.
"Uma vez mais, o Norte de Portugal está a ser ultrapassado e a maior parte do investimento tem lugar no sul e nos grandes centros urbanos, em detrimento das zonas mais periféricas e que mais necessitam de investimentos impulsionadores do seu efetivo desenvolvimento", critica o autarca, em comunicado.
Em causa o relatório final do estudo do Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado, que deverá nortear os investimentos do Governo no setor rodoviário.
Dos 23 projetos elencados, não consta a variante à EN-101, ou seja, a variante à sede do concelho de Vila Verde, para "surpresa e indignação" do autarca local.
António Vilela lembra que um estudo realizado em 2011 pelo Instituto de Infraestruturas Rodoviárias apontava aquela variante como cumprindo "todos os critérios relevantes" para que a obra fosse considerada "absolutamente prioritária", entre os quais o tráfego diário de 20 mil viaturas.
Por isso, diz que "não compreende" que o Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado ignore a Variante a Vila Verde "em favor de outros projetos com muito menor tráfego estimado, como são os casos da variante de Riachos, com apenas 2.000 veículos por dia, e das variantes rodoviárias Vendas Novas e Montemor-o-Novo, com uma estimativa de tráfego de apenas 3.000 veículos por dia."
Vilela enfatiza ainda a circunstância de a variante a Vila Verde apresentar um "potencial elevado" de captação de tráfego no que se prende com a movimentação de mercadorias e de passageiros, potenciando a melhoria da ligação, hoje manifestamente insuficiente ao parque Industrial de Gême, assim como às zonas de acolhimento empresarial da Vila de Prado, de Soutelo e do Vale do Homem.
O autarca esgrime também a "elevada" taxa de sinistralidade da EN-101, "superando claramente o indicador de gravidade na travessia urbana", e a circunstância de a mesma ser entrecortada por "numerosas" vias secundárias e de se verificar um "forte" congestionamento de tráfego, quer nos acessos à sede concelhia quer, no sentido inverso, à cidade de Braga, principalmente para os veículos de grandes dimensões.
Por tudo isto, lamenta que "os critérios, na realidade e em bom rigor, estejam a ser desvirtuados e que as opções pura e simplesmente os ignorem, para beneficiar certos projetos em detrimento de outros bem mais elegíveis e prioritários, como o da variante a Vila Verde", e garante que usará "todos os meios ao seu alcance" para que aquela obra seja uma realidade.

0 comentários:
Enviar um comentário