imagem da Edição 2013 - por © Luis Ribeiro
A IIª edição da Festa do Caldo do Pote, em Sabariz, Vila Verde, integrado na programação Na Rota das Colheitas, superou cedo as expetativas. A quantidade de caldo saboreado na noite de 21 de setembro, em Sabariz, triplou a quantidade dos 600 litros previstos. Muita gente veio de longe matar saudades deste sabor único e que já não se reproduz praticamente em sítio algum.
As mais de 1000 tigelas disponibilizadas pela organização do evento (quase o dobro de 2012) praticamente esgotaram e os 20 caldos não chegaram para satisfazer todos os apetites, mesmo que refeitos cinco e seis vezes, alguns em potes de 40 litros.
O largo da Junta de Freguesia de Sabariz e da Associação Popular local encheu-se de convivas que vieram de longe, alguns do Porto, Felgueiras e até de Vila Pouca de Aguiar, em Trás-os-Montes. O que procuravam todos era voltar a sentir este genuino sabor que recorda os tempos de uma vivência que já não existe, ligada à ruralidade profunda.
Ao contrário da primeira edição, em que a enchente do recinto deu-se à hora de jantar, este ano os participantes na Festa apareceram mais cedo, a partir das 18:00, horário previsto para os caldos começarem a ser servidos. Cedo esgotaram e alguns foram replicados pelos seus cozinheiros quatro e cinco vezes. À hora habitual de jantar alguns já estavam esgotados porque os ingredientes para confecioná-los novamente tinham acabado.
"Todos os caldos foram gratuitos. As pessoas que se ofereceram para confecioná-los também trouxeram os ingredientes, todos caseiros e do campo, e se repararem todos os caldos são ricos, levam muitos ingredientes", salientou um dos anfitriões da Festa do Caldo do Pote, o presidente da Junta de Freguesia de Sabariz, Fernando Antunes da Silva, que fez questão de salientar as outras entidades envolvidas nesta realização, sem as quais não seria possível a mesma concretizar-se: "A Associação Popular de Sabariz, a Associação de Freguesias de Vale do Homem e todos os que genrosamente se prontificaram a ajudar nesta Festa".
Foram 16 os caldos confecionados ao longo da tarde e início da noite: de Galinha e de Pedra (Domingos Gonçalves), de Ministros (Mário Fernades), Domingos de Ramos (Mário José), Nabiças com costela (Olívia Sousa), Feijão miúdo com castanhas (Rosa Gomes), Rabo de Boi e Verde (Amélia Borges), de Bacalhau (Paulo Sousa), Coração (Pedro Cunha), Feijão do Campo (Asdrúbal Pereira), à Lavrador (José Silva), à Camponesa (Rosa Esteves), de Ossobuco (João Pereira), Couve galega com Feijão Vermelho (José Pereira), e de Repolho com Feijão branco (Manuela Cunha).
Para além dos caldos, várias centenas de pataniscas eram fritas ao vivo, e noutro ponto eram trocadas as duas senhas entregues a cada conviva, por sumos, água, cerveja ou vinho verde tinto a copo. Todos os voluntários estavam rusticamente trajados, até os mais pequenos, que ajudaram os adultos nas tarefas e prometem assegurar a continuidade deste tipo de atividades e tradições na freguesia.
No mesmo palco onde atuaram dois grupos de rusgas populares, de Ataes e de Barcelos, foi no final entregue a cada um dos voluntários que confecionou os caldos um pequeno pote em ferro, num momento simbólico de público agradecimento, que contou com a presença do presidente do Município de Vila Verde, António Vilela, da vereadora da Cultura, Educação e Ação Social, Júlia Fernandes e do presidente da Assembleia Municipal, João Lobo, para além do autarca de Sabariz e de outras figuras proeminentes.
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