Europa: Parte ocidental (incluíndo Portugal) poderá sofrer o verão mais frio desde 1816 (c/vídeo - via TVI)


A notícia foi lançada por um canal de meteorologia em França e replicada por vários órgãos de informação: o Verão de 2013 poderá ser o mais frio desde 1816. Mas as evidências não conseguem comprovar esse tipo de previsões a tanta distância.

O próprio Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) viu-se na necessidade de esclarecer essas informações, apontando precisamente que não existem evidências de que tal possa suceder: «O IPMA esclarece que não tem conhecimento do fundamento técnico científico, suporte desta afirmação».

«A previsão sazonal que o IPMA disponibiliza mensalmente resulta de 4 sistemas de previsão acoplados: três europeus - ECMWF, Met Office, Météo-France - e um norte americano - NCEP. Estes modelos estão sujeitos às mesmas condições de integração, sendo os parâmetros estatísticos obtidos face a um período de referência comum de 20 anos (1991-2010). Esta previsão tem um alcance de meio ano, apresentando cenários na forma de anomalias de temperatura e precipitação para conjuntos de 3 meses».

1816 é considerado o ano sem Verão, em resultado de uma grande erupção do vulcão Tambora, na Indonésia, que tornou a atmosfera mais opaca devido à grande quantidade de cinza e material vulcânico. Comparar essa situação com este ano está a ser considerado «exagerado» pelos meteorologistas. O canal «Meteo» escreve que o prolongamento do Inverno terá arrefecido o mar e a menor atividade solar dos últimos meses poderia incidir diretamente sobrea as temperaturas de Verão.

«A previsão mais recente disponibilizada pelo IPMA, para o trimestre junho, julho e agosto, sugere um cenário para Portugal Continental em que a probabilidade da temperatura média ser inferior ao normal é de 40 a 60%, com uma anomalia negativa entre -0.5 e -0.2 °C. A probabilidade da temperatura média neste período ser inferior ao percentil 20 é de 30 a 40%», frisou o IPMA, sublinhando a ideia que se houver menos calor quase não se deverá sentir a diferença.

«Nas latitudes médias, em que Portugal se encontra, a previsão sazonal apresenta ainda um baixo grau de confiança, quando comparada com as latitudes tropicais, onde o grau de confiança é maior. Por este motivo, a previsão sazonal deve ser analisada com reservas», conclui o Instituto.

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