O testemunho dos nossos jovens é sempre digno de registo. Nesta crónica fui atrás de dois jovens ex-alunos da nossa escola que voaram até Manchester. Aí estão, fruto do trabalho que realizaram, e das razões pelas quais eles definem-se pela sua perseverança.
Perante este cenário que podemos mais acrescentar?
Apelar aos professores para que continuem a estimular para a cultura do trabalho. Estimular os hábitos de leitura. Fomentar o espírito da investigação e da Ciência. Apelar a pais e encarregados de educação para que trabalhem com os seus filhos e os acompanhem e os estimulem na sua vida escolar.
Os nossos jovens terão que compreender que o futuro faz-se com o trabalho do presente, que o caminho para trabalhar os talentos é diário.
Ir pela perseverança é deixar alargar os nossos horizontes, é sermos levados pela motivação pessoal, é um acreditar que conseguimos - é uma doutrina de fé.
Como diria o poeta e escritor Carlos Drummond Andrade, no seu poema “Faxina na Alma” e do qual transcrevo algumas partes:
“… Hoje é um bom dia para começar novos desafios. Onde você quer chegar?
Ir alto... sonhe alto... queira o melhor do melhor... queira coisas boas para a vida.
Pensando assim trazemos para nós aquilo que desejamos... pensamos pequeno... coisas pequenas teremos... já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo melhor... o melhor vai se instalar na nossa vida. E é hoje o dia da faxina mental... esvazie seu coração... fique pronto para a vida...
… Porque somos do tamanho daquilo que vemos, e não do tamanho da nossa altura.”
Testemunho desde Manchester
Foi no dia 16 de Setembro de 2010 que pisámos solo britânico pela primeira vez. Após cerca de um ano de preparação, o sonho realizou-se e inscrevemos-nos na
Universidade de Manchester. A adaptação demorou uns me-ses, mas agora, um ano depois, já nos sentimos em “casa”.
Tudo começou na Escola Secundária de Vila Verde, onde a nossa professora de Inglês nos incentivou a investigar sobre o assunto. Tivemos todo o apoio por parte dos nossos docentes durante o processo de candidatura, que incluía um testemunho para poderem avaliar a nossa determinação e vocação para o curso escolhido e uma referência de um professor, sendo bastante diferente do que se faz em Portugal.
Desde que chegámos ficámos espantados com a quantidade de culturas presentes em Manchester. Tanta diversidade proporciona um ambiente rico de aprendizagem e permite nos contactar com pessoas dos quatro cantos do Mundo. Por exemplo, antes de vir para cá não fazia a mínima ideia que a maioria dos indianos são vegetaria-nos ou que os muçulmanos só podem comer carne halal, morta de uma forma específica.
Quanto à parte académica, uma coisa que admiro na nossa universidade é a ênfase em fazer coisas paralelas ao nosso curso. Aqui o curso que se escolhe não define necessariamente uma profissão, é só um começo para desenvolver capacidades que podem ser usadas em diversos contextos.
Por exemplo, existe uma “cadeira” chamada Manchester Leadership Programme, que combina palestras de líderes do século XXI e voluntariado, sendo que é necessário que o aluno complete pelo menos 20 horas de voluntariado. O objectivo é contribuir para o desenvolvimento da comunidade e de futuros líderes.
Tem sido uma experiência inesquecível, e devêmo-lo em parte aos nossos mentores de liceu que nos ensinaram a perseverar. Tudo o que aprendemos durante aqueles três anos passados na ESVV deu frutos e não os trocaríamos por nada. A todos um “Muito Obrigado”.
Mariana Cerqueira e Zé Pedro
Fonte Correio do Minho por Luís Monteiro
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