Vila Verde: Mota Alves lamentou falta de comparência dos produtores agrícolas (Via Correio do Minho)



José da Mota Alves, presidente da Associação das Terras Altas do Homem, Cávado e Ave, (ATHACA) lamentou ontem a falta de comparência dos produtores agrícolas à sessão de apresentação do ‘Prove - Promover e Vender’.

Em Vila Verde, o presidente da ATHACA preconizou este programa para “voltar a agricultar” terrenos que estão a ser deixados ao abandono.

Mota Alves, que falava na tenda da Festa das Colheitas num seminário para explicar aos interessados o programa, que já está a ser levado a efeito com êxito em zonas como a península de Setúbal ou o vale do Sousa, lembrou haver na região do Alto Cávado e do Alto Ave zonas rurais que sofrem o envelhecimento da população e a migração dos mais jovens, por estes considerarem que não dispõem de oportunidades.

“Gostaria de ver aqui mais agricultores”, afirmou, para um auditório composto nas filas mais recuadas por estudantes adolescentes, geralmente pouco atentas às intervenções, acompanhadas de professoras.
Outro propósito é satisfazer o consumidor final com produtos mais frescos do que os que são importados.

Também para o turismo em espaço rural é importante que os campos continuem lavrados, vincou, lembrando que os turistas não procuram alojamento em espaço “abandonado às silvas”.
Mesmo para os que não têm dimensão para viver só da agricultura, esta pode ainda constituir uma actividade de rendimento complementar, sublinhou.

O ‘Prove’ — sustentou Mota Alves, pretende ligar o rural ao urbano e os produtores aos consumidores.
O consumidor pode até, se desejar, conhecer em detalhe que fertilizantes o produtor aplica, escolher os produtos e as datas de entrega, frisou.

Rui Martins, da Direcção Regional de Agricultura, lembrou a diferença que no final dos anos 70 e princípio da década de 80, quando Portugal também teve de recorrer a um resgate do FMI, se verificou entre as zonas de Setúbal e do Vale do Ave.
No Ave houve crise mas em Setúbal as populações passaram fome.
“Os produtores devem agarrar este desafio”, acentuou António Vilela, presidente da câmara de Vila Verde, salientando as dificuldades na comercialização.

Rendimentos de 600 euros por mês

José Sousa Guedes, da Ader Sousa — Associação de Desenvolvimento Rural do Vale do Sousa, expôs para o auditório os resultados da aplicação do ‘Prove’ naquela zona.
Segundo o panorama que traçou, estão criados no Vale do Sousa trinta e cinco núcleos com quarenta e dois locais de entrega, estimando-se em 600 euros a média mensal de rendimentos para os produtores.

Estes valores devem ser considerados admitindo por um lado que o produtor ao aderir ao ‘Prove’ não fica impedido de manter outros canais de comercialização e que pode acumular esta com outras actividades. Entre outros dados que aquele responsável abordou, nota-se maior adesão de mulheres e uma idade a rondar uma média de cinquenta anos.
O programa está a ser difundido por todo o país, por via de associações de desenvolvimento regional.

Fonte Correio do Minho por Rui Serapicos

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