
Parar fora do calendário em tempo de crise é «mau sinal» e sai caro. Folga de hoje à tarde e feriados colados à Páscoa custam 92 milhões.
Uma tarde de tolerância de ponto, seguida de um feriado na sexta-feira e de um outro logo a seguir à Páscoa. O Governo deu a milhares de funcionários públicos quatro dias e meio de mini-férias. Nem vê-las para os elementos da troika do FMI, BCE e Comissão Europeia que decidiram não parar na Páscoa, continuando assim a missão técnica para delinear um programa de ajuda a Portugal.
Até Poul Thomsen, o homem forte das negociações, deverá permanecer a trabalhar nas contas públicas nacionais e nas medidas de ajuda externa, enquanto o país desfruta de uns dias de descanso.
Os feriados e a tolerância de ponto custam 92 milhões de euros ao país. O gabinete do primeiro-ministro justificou a decisão de dar folga esta tarde como uma forma de manter a tradição dos anos anteriores.
Para se ter uma ideia, o custo de feriados e pontes ao longo deste ano chega aos 850 milhões de euros, segundo as contas pedidas pelo «Jornal de Notícias» a Álvaro Santos Pereira, professor da Simon Fraser University, no Canadá.
«Mau exemplo» em plena crise
Parar fora do calendário em tempo de crise é um «mau sinal». É desta forma que o presidente da Confederação Industrial de Portugal critica a decisão do Governo de conceder hoje à tarde tolerância de ponto.
O representante dos industriais diz que se está a dar um mau exemplo à troika. «Enquanto uns trabalham temos este laxismo ou quando há bom tempo, vamos para a praia no mesmo dia em que chegam os elementos da troika».
Como António saraiva, pensam alguns autarcas , que decidiram por isso não dar folga aos seus trabalhadores. Já alguns privados alinharam com o Governo.
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, também considera que o Executivo «fez mal» ao tomar essa decisão.
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