
O primeiro caso em Portugal de um julgamento por escravatura vitimando um deficiente terá a 17 de Dezembro as suas alegações finais, depois de ontem à tarde terem sido inquiridas as últimas testemunhas.
Nessa data, a uma semana do Natal, os juízes ainda tentarão ouvir outra testemunha, já apontada como um dos principais trunfos do Ministério Público, já que durante as investigações confirmou em pormenor muitas situações da alegada escravatura que o jovem sofreria desde criança. Até então admite-se que a testemunha se encontre em Portugal para passar o Natal e possa confirmar o que disse às autoridades ao longo do inquérito criminal espoletado pela GNR, em Vila Verde, fez quarta-feira seis anos.
Rui Manuel da Mota Machado, actualmente com 36 anos, terá sido vítima de escravatura desde os cinco anos, isto é, durante cerca de 25 anos, para uma família conhecida pelos "Casimiros", na Quinta de Mascate, na freguesia de Coucieiro, em Vila Verde.
Rui, agora a viver com uma família de acolhimento, com grandes melhorias, já tinha confirmado no julgamento "trabalhar entre as seis da manhã até muito tarde, sempre depois da meia-noite". Segundo explicou, seria ainda "agredido muitas vezes com uma mangueira" e "obrigado a limpar a fossa com as mãos".
Antes das alegações finais, antevê-se controvérsia jurídica, uma vez que o Tribunal de Vila Verde indeferiu o pedido para se realizar a perícia que, segundo o Ministério Público e a acusação particular da Santa Casa da Misericórdia de Vila Verde, daria mais garantias da fiabilidade do depoimento de Rui.
O principal arguido, Casimiro Silva, é acusado de ter agredido o deficiente e de ter ficado sempre com a sua pensão de invalidez, no valor de 18 500 euros, durante dez anos. Fonte DN
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