Vila Verde: População receosa com possível passagem do TGV no nosso concelho




As populações residentes na faixa oeste do concelho de Vila Verde estão alarmadas com os impactos que possam decorrer da implantação dos traçados preliminares do troço Braga-Valença da ligação Porto-Vigo da rede ferroviária de alta velocidade, vulgo TGV. A junta de freguesia de Escariz S. Mamede foi a primeira a apresentar publicamente os referidos traçados e a explicar os impactos previsíveis. As restantes freguesias atravessadas pelos traçados apontados começam agora a ‘despertar’ para o tema.
A resolução 10/2009 do Conselho de Ministros, datada de 27 de Janeiro, estabelece os parâmetros decorrentes da implementação dos dois traçados preliminares. Ora, desde logo, as duas mangas com uma largura aproximada de 200 metros criam totais restrições em termos de gestão territorial.
No caso do concelho de Vila Verde, as duas soluções apresentadas criam impactos na faixa de Noroeste a Sudoeste do território. Marrancos, Arcozelo, Freiriz, Atiães, Escariz S. Martinho, Escariz S. Mamede, Parada de Gatim, Cervães, Oleiros, Cabanelas e Vila de Prado têm território abrangido pelas soluções propostas, com maiores ou menores impactos.

Freiriz, Marrancos e Arcozelo

No caso de Freiriz, os impactos apenas são possíveis na solução que passa mais a Este deste núcleo de freguesias. E, mesmo assim, os impactos são poucos, ou quase nulos. A mesma solução acaba por ser aquela que mais impacto geraria no território das freguesias de Marrancos e Arcozelo, que acabariam por ter uma nova fronteira a delimita-las, uma vez que essa solução vem em linha recta do Concelho de Ponte de Lima. Refira-se, a propósito, que é a que percorre uma menor distância dos dois traçados preliminares apontados para o troço Braga-Valença.
Só que esta solução evitaria impactos graves e mais onerosos nas freguesias de Escariz S. Mamede e Escariz S. Martinho. Mas, por sua vez, acabaria por ainda atingir mais gravosamente, não só Marrancos e Arcozelo, mas também Atiães. Embora, neste caso (tal como Freiriz), acabaria por ter um impacto menor.

Solução Oeste

No caso da solução recair sobre o traçado preliminar mais a Oeste deste território (que vem de Freixo e Calvelo, evitando Anais), as Freguesias de Escariz S. Mamede e Escariz S. Martinho serão fortemente atingidas. Acabarão mesmo ‘divididas’ pela passagem do troço do TGV.
O traçado em causa cria, desde já, fortes condicionamentos em termos de gestão territorial. O que invalida, nesta fase e até qualquer decisão definitiva, avanços de novas construções e de outras alterações territoriais na manga de cerca de 200 metros.

Parada de Gatim, Oleiros e Cabanelas

Mais a sul do Concelho de Vila Verde, Parada de Gatim, Oleiros e Cabanelas também têm faixas de território consideráveis inseridas nos dois traçados propostos. Contudo, acabam por gerar menores impactos do ponto de vista das infra-estruturas existentes. Mesmo assim, algumas habitações, edifícios empresariais, vias de comunicação e territórios agrícolas estão nas duas manchas de traçado previstas. Aliás, em todos os casos – salvo as especificidades já referidas – vão atingir zonas habitacionais e infra-estruturas públicas.
A Vila de Prado parece ser – de todas as freguesias (tal como Marrancos e Arcozelo, no caso do traçado mais a Oeste) – a que está salvaguardada de impactos muito gravosos. O mesmo sucede com Cervães, que apenas é ‘atingido’ nos limites do seu território e em apenas um dos casos.
O caso começa a agitar as populações locais, preocupadas com a dimensão do projecto e os seus impactos no território. A Junta de Freguesia de Escariz S. Mamede efectuou já uma sessão pública de esclarecimento, no passado dia 22 de Fevereiro, após a celebração eucarística dominical.
Bastante participada, a sessão serviu para avançar com os traçados propostos e o impacto no território local.

Município espera posição do Governo

Ao que apurámos, outras juntas de freguesia deverão avançar com sessões do género, contando mesmo com o apoio da Câmara Municipal. Esta mantém, para já, algumas reservas sobre o assunto, porquanto ainda está numa fase preliminar de avaliação. Fonte do município adianta que este “prestará todo o apoio às juntas e à população no cabal esclarecimento das mesmas”. Admite mesmo prestar apoio directo, com a participação de técnicos municipais.
A mesma fonte admite avançar com uma posição pública oficial, “logo que houver informação clara e objectiva sobre as intenções do Governo. Até agora, o próprio município nunca foi contactado oficialmente”. Fonte Jornal Terras do Homem

7 comentários:

Anónimo disse...

Marrancos com este traçado, não fica dividivo, fica sim sem metade da freguesia. Isto porque o pouco terreno que ficara livre na parte esquerda não dá absolutamente para nada (agricultura, construção, etc...). Desta forma Marrancos que já é uma freguesia pequena, tornar-se-á ainda mais pequena parecendo um anexo do concelho de Vila Verde.
As autoridades locais não me parecem muito preocupadas com este facto desde que não os atinjam pessoalmente......

Anónimo disse...

Marrancos com o traçado do TGV não fica mais dividido do que esta, mas isto é fruto das autoridades locais, vira o disco e toca o mesmo, é este o futuro desta freguesia.
Freguesia de Heróis que até já lhe foram atribuídas ruas em seus nomes.

Anónimo disse...

Embora não viva em Marrancos desde os meus 28 anos - e já lá vão 38 - nutro um carinho muito especial pela minha fregesia.
Neste caso do TGV, tudo o que a autarquia puder fazer para evitar o retalhar dessa área tão bela, será benvindo.
... e que os autarcas não se esqueçam de são eleitos para defenderem os interesses dos seus conterrâneos, em todas as vertentes sociais...
Felicidades. Viva Marrancos.
José Moreira

Anónimo disse...

É, realmente, estranho que ninguém se mostre preocupado com a hipótese do TGV se apropriar de parte importante do território de Marrancos. Será que os possíveis expropriados de terrenos estão à espera de receber alguns EUROS, marimbando-se para o interesse colectivo?
Mas, afinal, o que interessa mais: Receber uns cobres para esconder debaixo do colchão ou manter na íntegra o espaço belíssimo da freguesia de Marrancos?
Ai ninguém responde? Então está... mal..
JMoreira

Anónimo disse...

Ainda bem que o TGV para já está suspenso.
Mas com os defensores que Marrancos tem, eles podem fazer o que quizerem.
Falta cultura geral a essa gente...
JMoreira

Unknown disse...

Marrancos minha terra mais linda, que como tudo tem os seus defeitos que lhe é incumbida pela gente que por lá mora, e que apenas se interessam em satisfazer a sua vantagem pessoal e nunca em querer aproveitar a beleza e cuidar esta linda terra

Anónimo disse...

Tem muita razão a Andreia. Não é por acaso que freguesias do género das de Marrancos não saem da cepa torta. Há um "ego" muito profundo nas mentalidades desses lugares.
O deixa rolar que alguém há-de fazer alguma coisa, é o que cada um pensa; e assim, nunca mais nada é resolvido.
Tenho pena que a minha freguesia continue mergulhada no imobilismo que há décadas lá reina.
Um só exemplo: porque é que grande parte das freguesias que têm brasão oficial já o colocaram nas estradas e o de Marrancos continua muito guardadinho... talvez para não se estragar.
Força Marrancos.
José Moreira