População: 1106 habitantes (pelos Censos 2001)
Actividades Económicas: Agricultura, pecuária, indústria têxtil e confecção, construção civil e transformação de madeira.
Festas e Romarias: Santa Marinha (18 de Julho), Senhora dos Anjos (1.º domingo de Agosto) e Pão Quente (2.º segunda-feira de Janeiro).
Orago: Santa Marinha
Património cultural e edificado: Igreja paroquial, Cruzeiro da Lamela, Cruzeiro de Aldeia e Capela de S. João.
Outros locais de interesse turístico: Quinta de Perres ou Quinta de S. João.
Artesanato: Olaria, bordados em linho e mantas de farrapos.
Colectividades: Associação Cultural Recreativa e Desportiva de Oleiros e Grupo Coral.
Dista cerca de 8 Km da sede do concelho, abrangendo uma área de 374 hectares.
Foi do padroado real, passando, depois, a vigairaria do abade de Cabanelas, para, mais tarde, se tornar em reitoria.
A antiga freguesia de Santa Marinha de Oleiros pertenceu ao concelho do Prado, extinto em Outubro de 1855, tendo então passado para o de Vila Verde. O concelho de Vila Verde, em território, é um dos maiores não só do distrito de Braga mas da província do Minho, foi criado em 24 de Outubro de 1855. Organizaram-no à custa de outros extintos anteriormente ou na mesma data: Aboim d’Anóbrega, Pico de Regalados, Vila Chã e Larim, Penela e Prado (onde estava integrada a freguesia de Cabanelas). Prado, só no século XII nos aparece como realidade histórica para no século seguinte receber reconhecimento dos poderes públicos através do foral que D. Afonso II lhe concedeu em 1260 e que D. Manuel I lhe havia de confirmar em 1510.
O primitivo povoamento é de origens muito remotas (certamente castrejo). Esta freguesia é referida em numerosa documentação escrita a partir de meados do século X. As Inquirições de 1220 mencionam “de Sancte Marina de Oleiros”, no território de Prado. Em 1248 figura pela primeira vez como paróquia. Em 1290 aparece pela primeira vez como “freguesia de Sancta Marinha d’ Oleiros”, no julgado de Prado.
O padroado desta freguesia, pelos seus apreciáveis rendimentos, originou por vezes graves disputas, nas quais a nobreza tinha sempre a parte mais interesseira.
A este propósito conta-se que certo dia em que D. Nuno Sanches — filho de Sanches Nunes, um dos paladinos da independência portucalense — pretendeu pousar na igreja, os paroquianos não consentiram, pelo que teve de retirar-se. Mais tarde, porém, seu filho D. Pedro Nunes entrou ali violentamente, chegando, até, a ferir um homem que defendia as prerrogativas locais. Como D. Pedro Nunes recebesse de seu pai um casal que, depois, com outros que mandara fazer, transformara em honra, proibiu o mordomo real de Prado de entrar nesta parte da freguesia. Um deles, que, no exercício do seu cargo, se atreveu a tal, teve que fugir, perseguido por um D. Pedro Nunes disposto a cortar-lhe os pés. O despotismo deste fidalgo, que parecia gozar de certa protecção, levou-o também a submeter, pela força, à sua autoridade, todos os herdadores vilãos da paróquia. Seu filho D. Nuno Peres tornou-se temido continuador dos abusos do pai.
No Dicionário Corográfico de Portugal Continental e Insular, de Américo Costa, estavam registados os seguintes lugares: Aldeia, Barral, Carvalhães, Casainhos, Igreja, Fonte Carreira, Friande, Lamela, Monte, Paúl, Residência, Ribeira, e Veiga.
Nos Censos de 1900, a freguesia registava 596 habitantes, correspondentes a 142 fogos, nos Censos de 1991, estes números são, respectivamente, de 1080 e 394.
Oleiros possui dois cruzeiros: um no lugar da Lamela e outro no lugar de Aldeia. Grandes cruzes de pedra, os cruzeiros, colocados em adros, praças, santuários, cemitérios e caminhos rurais, de origem muito remota, integram por vezes elementos de religiosidade pagã e cristã. São estruturalmente constituídos por uma base, uma coluna ou tronco e um remate onde figuram a cruz de Cristo, de representação latina, imagens da Virgem ou Pietás, além de outros elementos escultóricos de carácter decorativo. Executados por artífices regionais, integram-se nos modelos estéticos da arte e da iconografia populares.
Sobre Oleiros diz-nos Pinho Leal que "O nome d'esta villa, não vem de oleiros fabricantes de louça de barro; mas de oleiros, palavra catelhana e portugueza antiga, na qual se molham os ll, pronunciando-se olheiros. Deu causa a este nome a circunstância de haver alguns olhos, ou olheiros (nascentes) de água no sítio em que a villa está fundada. Diz-se tambem que existiu um tanque no sítio em que hoje está erguido o Pelourinho. O brazão das armas de esta villa (segundo dizem os seus habitantes pois não consta que o haja na torre do tombo) são quatro chafarizes da sua côr, em campo verde. Isto parece confirmar a tradição dos olheiros."
Bibliografia
Dicionário Enciclopédico das Freguesias 1º Volume (Braga-Porto-Viana do Castelo) –MinhaTerra (Estudos Regionais de Produção e Consumo, Lda)
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