Pablo Picasso
O dia 8 de Março está agora associado ao "Dia da Mulher". Muitas são as opiniões acerca deste tema, do porquê por ser assinalado o dia Mundial da Mulher. Aqui deixo uma opinião interessante do Jornalista Rodolfo Pinto Silva, do Jornal Diário XXI:
Assinala-se hoje, novamente, o Dia Internacional da Mulher, efeméride tão importante quanto controversa. Há quem classifique esta data como mais uma forma de discriminação e, de facto, a sua existência não contribuiu para a anulação da diferença entre os géneros.
Os dias internacionais quando associados a grupos, chamam a atenção para minorias ou desvalidos. Apesar das mulheres não se encaixarem em nenhum destes critérios, principalmente no primeiro, o dia continua a existir. E acredito que a sua manutenção – para além da homenagem óbvia e justa à luta das operárias têxteis norte-americanas do século XIX – tem muito a ver com a manutenção de muitas clivagens de tratamento.
Na União Europeia, por exemplo, três em cada quatro novos empregos são atribuídos às mulheres, mas estas têm salários inferiores aos homens. Portugal, que habitualmente ocupa os últimos lugares nos piores itens, até nem se pode envergonhar muito desta situação: as trabalhadores nacionais ganham menos cinco por cento que os homens, para uma diferença de 15 por cento, em termos de média europeia. Podíamos até elogiar a situação, mas talvez ela se deva ao facto de praticamente toda a gente receber salários baixos.
Mas é consensual que há muito a fazer para aprofundar o respeito pela condição feminina, tal como no tratamento às crianças, idosos, minorias étnicas ou comunidades de hábitos mais ou menos alternativos, mas ainda assim saudáveis. Daí que o Dia da Mulher, e se calhar todos os outros, talvez devessem ser substituídos por um Dia Internacional do Respeito pelo Outro, algo que existe em índices ainda mais baixos.
Até lá, que se mantenha este dia dedicado a todas as mulheres, ainda que algumas carreguem a data de um folclore desnecessário.
Assinala-se hoje, novamente, o Dia Internacional da Mulher, efeméride tão importante quanto controversa. Há quem classifique esta data como mais uma forma de discriminação e, de facto, a sua existência não contribuiu para a anulação da diferença entre os géneros.
Os dias internacionais quando associados a grupos, chamam a atenção para minorias ou desvalidos. Apesar das mulheres não se encaixarem em nenhum destes critérios, principalmente no primeiro, o dia continua a existir. E acredito que a sua manutenção – para além da homenagem óbvia e justa à luta das operárias têxteis norte-americanas do século XIX – tem muito a ver com a manutenção de muitas clivagens de tratamento.
Na União Europeia, por exemplo, três em cada quatro novos empregos são atribuídos às mulheres, mas estas têm salários inferiores aos homens. Portugal, que habitualmente ocupa os últimos lugares nos piores itens, até nem se pode envergonhar muito desta situação: as trabalhadores nacionais ganham menos cinco por cento que os homens, para uma diferença de 15 por cento, em termos de média europeia. Podíamos até elogiar a situação, mas talvez ela se deva ao facto de praticamente toda a gente receber salários baixos.
Mas é consensual que há muito a fazer para aprofundar o respeito pela condição feminina, tal como no tratamento às crianças, idosos, minorias étnicas ou comunidades de hábitos mais ou menos alternativos, mas ainda assim saudáveis. Daí que o Dia da Mulher, e se calhar todos os outros, talvez devessem ser substituídos por um Dia Internacional do Respeito pelo Outro, algo que existe em índices ainda mais baixos.
Até lá, que se mantenha este dia dedicado a todas as mulheres, ainda que algumas carreguem a data de um folclore desnecessário.
1 comentários:
No Dia da munlher o Parlamento aprova lei do aborto
O parlamento português aprovou esta quinta-feira a nova lei do aborto. O diploma obteve os votos favoráveis do PS, do PCP, do Bloco de Esquerda, dos Verdes e de 21 sociais-democratas. A maioria dos deputados do PSD, o CDS-PP e três deputadas independentes da bancada socialista votaram contra.
Elisabeth
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