Minho: Presépios tradicionais são fonte de inspiração



Entre inovações tecnológicas e importação de tradições globalmente reconhecidas, há rituais que perduram no tempo, mercê da persistência de quem não deixa cair os usos e costumes. Os presépios tradicionais resistem, enquanto artesanato ou como persistência de uma ordem religiosa.

Foram mais de 200 horas de trabalho na montagem do "presépio movimentado" dos franciscanos de Montariol, Braga. Uma tradição natalícia que já dura há 80 anos, pois esta "arte" chegou à cidade dos arcebispos, em 1926, pelas mãos de Frei Manuel Marinho. O trabalho - de uma engenharia muito original - foi feito, aos fins de semana, como habitualmente, pelo grupo dos "caminheiros", do Corpo Nacional de Escutas do Colégio de Montariol.

As figuras do presépio são esculpidas na madeira e vestidas de acordo com a época de Jesus da Palestina. Ontem, foi a abertura ao público, no adro da Igreja de Montariol, encontrando-se já espalhadas pelo vasto estrado de aproximadamente 50 metros quadrados, onde, a nu, é visível toda engenharia que faz movimentar os "bonecos", representativos da sociedade de Belém. São roldanas e mais roldanas, correias e pequenos motores, numa engrenagem improvisada e demonstrativa da sabedoria e engenho de cinco pessoas, que, anos após ano, emprestam a sua dedicação, carolice e paixão ao presépio de Montariol.

Neste presépio, segundo Frei Perdigão, observa-se todo o movimentar da vida de Belém, com o quotidiano citadino de Nazaré "a fervilhar", através das artes (serralheiro, padeiro, carpinteiro, lenhador) e dos trabalhos de campo (a lavoura e a colheita do trigo), não faltando o cobrador de impostos e as legiões romanas.

Até o embalar do menino Jesus é movimentado, também por motores e a novidade, deste ano, reside em novos figurantes ligados às artes e ofícios antigos. "Todos os anos, há sempre uma renovação do presépio bíblico, tentando, dentro do possível, enriquecer a época de Jesus na Palestina", disse. O presépio só é movimentado, conforme explica o Frei Perdigão, após a introdução de uma moeda, uma forma de participação dos visitantes nas despesas inerentes ao evento natalício, estimando-se, de resto, que mais de 20 mil pessoas passem por Montariol.

A par de novos bonecos, todos os anos é preciso um trabalho de renovação de madeiras, o que leva os escuteiros a ensaiarem a arte da carpintaria, dando o melhor brilho ao presépio. Contudo, Montariol receia que, a médio prazo, esta tradição venha a morrer, não tanto pela escassez dos franciscanos, actualmente na casa dos vinte, na sua maioria, já octogenários, mas pela falta de gente jovem que mantenha o presépio bíblico. "Esperamos que isso não aconteça, porque é já uma imagem de marca do Natal de Braga", acrescentou o Frei Perdigão. Fonte JN por Liliana Rodrigues e Magalhães Costa

3 comentários:

Anónimo disse...

Passei para deixar Boas Festas, Feliz Natal e próspero Ano Novo, são os meus sinceros votos.

Anónimo disse...

"Neste presépio, segundo Frei Perdigão, observa-se todo o movimentar da vida de Belém, com o quotidiano citadino de Nazaré "a fervilhar", através das artes (serralheiro, padeiro, carpinteiro, lenhador) e dos trabalhos de campo (a lavoura e a colheita do trigo), não faltando o cobrador de impostos e as legiões romanas."
Como se vê, o Minhoto tem inovação, assim como o vila-verde.net, para mostrarem ao mundo quem são...
Parabens aos autores e ao Sr Pires, o que o que estão a fazer é bom.

Festas Felizes

Sousa

Pires disse...

Concordo consigo Sr. Sousa, mas como já referi anteriormente, este blog é feito como passatempo e mais não posso fazer por este espaço.

O tempo que ocupo com este Blog tem vindo a alargar-se, mas não poderei deixar a minha vida profissional para sustentar este espaço, tento sim é lhe dar o máximo de tempo livre que tenho.

Também já pedi por diversas vezes que me enviassem material audio-visual (para o email do Blog verdevila@gmail.com). Mas até agora o nº de emails recebidos com material foi ZERO.

Assim é difícil, mas tenho a certeza que um dia este espaço terá informações com mais e melhores conteúdos.

Aceitarei sempre as críticas, mas melhor aceitarei as ajudas vindas de fora.