Cabanelas: Reguila sonha chegar à 1ª Liga



Entra no relvado, ajeita o colarinho, puxa as meias e tenta perceber a altura do guarda-redes. Um ritual que repete todos os fins-de-semana, quando entra em campo para ajudar o Trofense a conquistar mais um resultado positivo. Nuno Filipe Rodrigues Silva é o nome que consta no bilhete de identidade de Reguila, o segundo melhor marcador da Liga de Honra, com sete golos, a par do brasileiro Denilson, do Varzim.

"Podia ter mais, mas sete, nesta fase, não é mau. As coisas têm-me corrido bem e espero chegar à marca que me propus no começo da época, que foram 15 golos", confessa o matador, directo e felino, à semelhança do que demonstra na grande área, o seu habitat-natural.

"Não faço dos golos uma obsessão, mas é lógico que fico muito satisfeito quando consigo ajudar o Trofense dessa forma. Estou neste clube há quatro épocas e tenho sido muito acarinhado. Tento retribuir o apoio que recebo com o meu trabalho no campo. Se marcar, tanto melhor, mas o importante é o colectivo".

Aos 27 anos, Reguila atravessa um momento particularmente feliz, tanto a nível desportivo como familiar, e mostra-se ambicioso na abordagem ao futuro. Em final de contrato, o jogador confessa a vontade de dar o salto "Estou convicto que vou chegar à Liga. A minha hora há de chegar, pois acredito muito no meu valor ".

Apesar de ter uma espécie de pacto com as balizas e apontar uma média de 15 golos por época, Reguila diz não ter resposta para explicar o porquê de ainda não ter tido uma oportunidade na Liga principal "Penso nisso muitas vezes e, sinceramente, ainda não consegui perceber. Resta-me não adormecer e estar atento às situações. A verdade é que já tive alguns convites, mas nada da Liga. E não troco o Trofense por um clube qualquer".

O período actual é de reflexão e balanço, mas Reguila mostra-se mais motivado na análise ao futuro e à possibilidade do Trofense surpreender na Liga de Honra "Podíamos ter mais cinco ou seis pontos, mas, independentemente dessa situação, a época tem sido fantástica, até porque não nos podemos esquecer que somos uma das equipas recém-promovidas neste campeonato. Vamos continuar a trabalhar para garantir a permanência e, depois, procurar a melhor classificação possível".

Mistério por desvendar na carreira de Reguila é, indiscutivelmente, a origem da alcunha, que tem servido a muitas cronistas e relatadores para fazer trocadilhos com os títulos "Herdei o nome do meu irmão, que também jogava futebol. Mas também não sei dizer porque o tratavam por Reguila", confessa, entre sorrisos.

"Agora, já estou habituado e não me estou a ver a ser tratado de outra forma. E acho que as pessoas também teriam dificuldades. Reguila, está bom".

Pequena-provocação apesar do discurso com sentido colectivo, próprio de um profissional que tem vindo a construir a carreira a pulso e que já experimentou dificuldades, será que não existe o desejo secreto de se sagrar o rei dos marcadores. Será um objectivo surreal ou perfeitamente possível: "Possível, mas difícil", observa, sem rodeios.

"Claro que esse cenário já me passou pela cabeça. Aliás, qualquer avançado alimenta essa ambição. Não é uma prioridade, mas não enjeito essa possibilidade". Palavra de matador. Fonte JN por Arnaldo Martins

2 comentários:

Anónimo disse...

O Reguila não é de Cervães, mas sim de Cabanelas.

Pires disse...

Obrigado pelo reparo