Vila Verde: Entrevista do Cávado Jornal a Argentina Vieira (Pres.Ass. Def. Animais de VVD)


Entrevista a Argentina Mota Vieira, Presidente da Associação para a Defesa dos Animais e Ambiente de Vila Verde: Há muitos animais a precisar da nossa ajuda

Há oito anos uma cidadã de Vila Verde decidiu “envolver” o poder político na problemática dos animais abandonados. A abertura manifestada pelo Presidente da Câmara à criação de um canil no concelho foi fundamental para que o projecto avançasse. Nesta altura, alberga 100 animais mas em breve o projecto vai crescer e transformar-se num canil/gatil. Argentina Mota Vieira a mentora do projecto falou ao Cávado do Jornal desta associação a que preside e que retira das ruas os cães abandonados.

Cávado Jornal: Como se iniciou o processo de criação desta associação?
Argentina Mota Vieira: Teve início com um processo de recolha de assinatura. Recordo-me que na altura a presidência da câmara mudou. O actual presidente sempre foi uma pessoa sensível a estas questões e fui imediatamente falar com ele. Deu todo o apoio.

Cávado Jornal: O que a levou a criar um projecto desta natureza?
Argentina Mota Vieira: Na altura eu alimentava muitos cães e gatos abandonados. Sempre gostei muito de animais e sentia pena. Isso motivou-me e volto a frisar, o apoio do Presidente da Câmara Municipal, Eng. José Manuel Fernandes foi fundamental.

Cávado Jornal: O que implicou em termos financeiros a criação deste projecto?
Argentina Mota Vieira: Implicou custos financeiros bastante elevados. Tivemos que fundar uma associação e também aí o apoio da autarquia foi fundamental. O gabinete jurídico da câmara tratou de tudo. Depois de fundada, a associação começou imediatamente a trabalhar. Estabelecemos com o município um protocolo técnico e financeiro. Logo no primeiro ano fizemos um concurso canino a nível regional que se realiza até esta altura. A par disso realizamos várias actividades para angariar fundos.

Cávado Jornal: O canil continua em instalações provisórias?
Argentina Mota Vieira: Estamos em negociações com a Câmara Municipal para instalar o canil num espaço definitivo.
O protocolo para a cedência do terreno já foi celebrado. Fica situado numa quinta e vai permitir-nos instalar o canil no local durante vinte anos. O projecto já está feito e aponta para a criação de um canil/ gatil. Os voluntários da associação já adoptam alguns gatos e por isso, o novo projecto será para cães e gatos.

Cávado Jornal: Quantos animais é que estão nesta altura no canil?
Argentina Mota Vieira: Nesta altura temos cerca de 100. A Câmara Municipal dá-nos um donativo, as quotas dos sócios e o apoio da Junta de Freguesia de Vila Verde permite-nos fazer face às despesas.

Cávado Jornal: Como se processa a recolha dos animais?
Argentina Mota Vieira: Normalmente são recolhidos na rua. Depois existem pessoas que já não os podem ter e vem trazê-los ao canil.

Cávado Jornal: Existem casos que a marcam de uma forma especial?
Argentina Mota Vieira: São imensos. Animais que nos aparecem só com pele e osso. Ainda recentemente recebemos uma cadela muito ferida. No canil temos uma cadela amputada e duas cegas que percebemos logo tinha sido “obra” de alguém.

Cávado Jornal: Quem quiser um animal como faz?
Argentina: De várias formas. Actualmente estamos a promover um programa de adopção. Isso está a ser realizado num espaço comercial de Vila Verde. No âmbito desta promoção recebemos dádivas para o canil. As pessoas reagem muito bem.

------------

As pessoas são insensíveis e a nossa luta é constante

Cávado Jornal: As pessoas estão mais sensíveis a esta causa?
Argentina Mota Vieira: Não sei. Eu deparo-me com situações que me fazem ficar na dúvida.
As pessoas são insensíveis e a nossa luta é constante. É difícil fazer compreender às pessoas porque não devem abandonar os animais. Se não podem ter um animal não o levem para casa. Nos nossos processos de adopção as pessoas que vem buscar animais têm que assinar um “termo de responsabilidade”.
Se o animal não lhes agradar pode devolve-lo porque o aceitamos de volta. Infelizmente continuam a existir muitos animais nas ruas. Com fome e com frio. Fonte Jornal Regional por Fátima Sousa

0 comentários: