Vila Verde: Polémica no quartel acaba em expulsão


Expulsão imediata é o que espera o aspirante a bombeiro que acusou o ajudante do comando dos Bombeiros de Vila Verde Manuel Silva "Pousada" de "usar a instituição em benefício próprio". Nas acusações feitas em órgãos de comunicação social locais é apontado um serviço de cangalheiro realizado em Maio último em pleno dia do comando. Joaquim Costa, o bombeiro em causa, relatou a sua acusação em carta enviada ao presidente da Direcção, onde narrava que "o ajudante de comando mandou um motorista que estava ao serviço da instituição fazer um trabalho particular para benefício do dito ajudante, serviço esse que tinha a ver com serviço de cangalheiro".

Manuel Pousada reage dizendo ter agido "bem. Tenho a consciência tranquila e jamais me servi dos bombeiros para tirar benefícios pessoais". O ajudante está convencido de que o aspirante "não está só" neste caso e acusa o comandante da corporação de ser o principal instigador desta situação. Há 23 anos na corporação, Manuel Pousada refere que naquele dia de Maio "todo o serviço estava ao cargo" dele, com mais de 40 homens sob o seu comando e "qualquer um deles operacional para qualquer emergência".

O adjunto confirma que recebeu um telefonema para um serviço particular, "mas como era indispensável a minha presença no quartel recebi o consentimento do presidente da Direcção, propondo que mandasse alguém do corpo activo" para o dito trabalho. Manuel Pousada vinca que "a ordem dada a um bombeiro em serviço para realizar o dito trabalho particular foi dada com o consentimento do presidente da Direcção".

A Direcção liderada por Carlos Braga decidiu, por unanimidade, arquivar a queixa apresentada por "não se terem apurado situações passíveis que lesassem os interesses da corporação". Na carta de resposta, a Direcção esclarece ainda que "naquele dia, por ausência de um qualquer superior, o comando do quartel era da inteira competência e responsabilidade do adjunto Silva" e a ordem "por ele emitida é da sua inteira responsabilidade".

O aspirante que denunciou o caso pretendia que a Direcção tomasse uma atitude de força, mas decidiu avançar com o arquivamento do caso e prepara-se para comunicar a expulsão imediata de Joaquim Costa da corporação, depois de ter denunciado publicamente o caso. As declarações proferidas por ele foram consideradas "difamação de um superior e degradação da imagem pública da instituição", refere fonte da Direcção, para quem, "fora do quartel, ninguém tem nada a ver com a vida privada e profissional dos bombeiros". O comandante vai "esperar para fazer uma declaração pública", realçando, no entanto, que "no dia em causa "não estava presente", não podendo, por isso, "pronunciar-se por factos que não acompanhou nem assistiu". Fonte JN por Pedro Antunes Pereira

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